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Produto brasileiro está 34% mais caro, aponta Fiesp

Publicado em 25/03/2013

FONTE: ABIHPEC

O “custo Brasil”, aliado à valorização cambial, torna o produto brasileiro 34,2% mais caro em relação aos principais países que exportam para o Brasil, revela estudo do departamento de competitividade da Fiesp, que levou em consideração os 15 países que mais fornecem manufaturados ao Brasil. O universo pesquisado representa 76% das importações de industrializados do país. O levantamento levou em consideração dados de 2012. Um dos fatores mais destacados no estudo para a elevação do custo de produção brasileira é a carga tributária. O levantamento da Fiesp mediu de forma separada os efeitos dos tributos indiretos e dos diretos. Segundo o estudo, o peso dos tributos diretos brasileiros torna o produto doméstico 6,7% mais caro que o dos países parceiros e 5,1% mais caro que o da China. No cálculo, foi considerada a desoneração da folha de pagamentos que entrou em vigor para algumas atividades da indústria de transformação no ano passado. Isso, segundo o estudo, reduziu a participação da carga tributária no preço industrial em 0,5 ponto percentual. Outro problema, porém, está nos tributos indiretos, que deveriam somente incidir sobre o valor adicionado. Dificuldades na forma de cálculo desses tributos, porém, provocam perdas com créditos, o que torna irrecuperável parte do recolhimento. De acordo com o estudo da Fiesp, esses tributos irrecuperáveis elevam em 5,8% o preço do produto industrial na comparação com os países parceiros e em 6,1% em relação à China. José Ricardo Roriz Coelho, diretor de competitividade da Fiesp, exemplifica como tributos irrecuperáveis o PIS e a Cofins recolhidos sobre receita pelas empresas e em estudo para reforma pelo governo federal. Atualmente o cálculo não cumulativo das duas contribuições não permite que as empresas usem como crédito o PIS e a Cofins pagos em todas as despesas. Somente os insumos empregados na fabricação e que são incorporados no produto dão direito a crédito. O estudo mediu ainda o impacto da burocracia necessária para acompanhar as mudanças tributárias e o excesso de normas para diversos impostos. Os custos da burocracia brasileira trazem um adicional de 2,9% aos preços dos produtos brasileiros em relação ao dos parceiros e em 3% na comparação com a China. O impacto do câmbio também foi analisado. Segundo o estudo, a moeda nacional ainda está valorizada em relação ao dólar, com apreciação de 29% calculada em janeiro. A valorização do real pode beneficiar parte da indústria ao ajudar a reduzir o custo de insumos importados.

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