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Publicado em 22/03/2013
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– Moradores dos mais de 5 mil municípios do país e representantes do governo e da iniciativa privada começam
a discutir, a partir de hoje (20), quais as principais medidas, dificuldades e demandas para a implantação da
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil. As propostas devem ser concluídas até
agosto deste ano quando serão discutidas pelos governos estaduais.
A PNRS foi
criada em 2010, prevendo medidas de consumo sustentável, redução dos impactos ambientais e geração
de emprego e renda, com foco, principalmente, nas associações de catadores de materiais recicláveis.
Desde então, algumas medidas já estão em prática. Entre elas, a da logística reversa, ou
seja, a devolução e tratamento ambientalmente adequado de resíduos de alguns setores produtivos, como
a de embalagens de agrotóxicos, de pilhas e baterias e de pneus e óleos lubrificantes.
“A política
de resíduos sólidos é uma das políticas mais revolucionárias se pensarmos que temos mais
de 80% das pessoas nas cidades. Se olharmos o arcabouço da PNRS, temos atribuições muito claras para
o poder publico e para o setor privado, mas para o terceiro pilar, que é a sociedade civil, os consumidores, não
temos mecanismos de engajamento a não ser o de falar genericamente sobre educação ambiental”, explicou
Samira Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do
Meio Ambiente.
Segundo Samira,
a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que reúne todos os debates anualmente, vai tratar da implementação
da legislação com foco, principalmente, no debate sobre a produção e o consumo sustentável.
O tema ganhou destaque durante a Rio+20 e a adesão de todos os países que se comprometeram em investir na conscientização
da população global. “Não podemos obrigar o cidadão a descartar corretamente seu lixo. [A
conferência] é uma oportunidade para trabalhar o engajamento dos consumidores para exercer seu papel e uma oportunidade
para conhecer experiências e soluções sustentáveis de implementação da política”,
disse Samira.
De acordo
com a política que trata da gestão desses resíduos, todos os setores das cidades, estados e do país
têm responsabilidades. A norma estabelece, por exemplo, que, até o próximo ano, as administrações
municipais e estaduais terão que eliminar seus lixões.
“Temos,
por exemplo, um grande desafio em Brasília. Temos que acabar com o lixão. É inaceitável que a
capital federal tenha um lixão. Isso é um compromisso do governo federal. Temos que aproveitar as oportunidades
de investimentos dos grandes eventos [Copa do Mundo e Jogos Olímpicos]. A marca de cidade sustentável passa
pela inclusão política dos catadores, da reciclagem, da logística reversa e da erradicação
do lixão”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a abertura do evento que ocorrerá
paralelamente nos municípios brasileiros.
Em outubro
todas as contribuições da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente serão consolidadas em um
encontro nacional. A proposta do governo com a iniciativa, que, pela primeira vez vai abrir espaço para que organizações
da sociedade civil também apresentem sugestões em uma página na internet (www.conferenciameioambiente.gov.br), é criar as condições necessárias
para que a lei saia definitivamente do papel.
Edição:
Fábio Massalli
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