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Alimentação Global - Desperdícios

Publicado em 25/02/2013

“GLOBAL FOOD
WASTE NOT, WANT NOT”

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            para ampliar(Foto: Mechanical Engineers Institution)

Relatório da Instituição de Engenheiros Mecânicos do Reino Unido

Traduzido e resumido pelos Observatórios SESI/SENAI/IEL

FONTE: http://www.imeche.org/knowledge/themes/environment/global-food

Alimentando os 9 bilhões: A tragédia do desperdício

Perto de 2075, a projeção das Nações Unidas para o aumento da população global é de 9,5 bilhões de pessoas. Isso significa que haverá provavelmente mais de 3 bilhões de bocas a mais para alimentar até o final do século, um período em que haverá mudanças substanciais nas preferências de saúde, ingestão calórica e dieta das pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento.

 Tal projeção apresenta à espécie humana questões sociais, econômicas, de meio ambiente e políticas que devem ser consideradas nos dias de hoje para garantia de um futuro sustentável para todos. Uma questão chave é como produzir mais alimentos em um mundo com recursos esgotáveis.

 Hoje em dia, produzimos cerca de quarto bilhões de toneladas de alimentos por ano. Ainda hoje, devido a práticas pouco desenvolvidas na colheita, armazenamento e transporte, e também devido ao descarte em supermercados e nos lares dos consumidores, é estimado que de 30-50% (ou 1,2 a 2 bilhões de toneladas) de todo o alimento produzido nunca chega ao estômago humano. Além disso, esse cenário não reflete o fato de que grandes quantidades de terra, energia, fertilizantes e água também estão sendo desperdiçados na produção de resíduos alimentares que simplesmente são destinados ao lixo. Este nível de desperdício é uma tragédia que não pode ser continuada se quisermos ser bem sucedidos no desafio da demanda futura de sustentabilidade e alimentação.

Onde acontece o desperdício de alimentos

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            para ampliar (Foto: Mechanical Engineers Institution)

Em 2010, o Instituto de Engenheiros Mecânicos identificou três principais grupos emergentes da população no mundo, baseado nas características associadas aos seus desenvolvimentos econômicos atuais e de projeção.

  • Sociedades desenvolvidas, maduras e pós-industriais como a Europeia, caracterizadas pela estabilidade ou declínio da população que está envelhecendo.
  • Nações em desenvolvimento que estão se industrializando rapidamente, como a China, e que irão experimentar taxas de desaceleração do crescimento populacional acompanhada de aumento da afluência e perfil de idade.
  • Países com desenvolvimento recente, que estão começando a se industrializar, como a África, e caminha para altas taxas de aumento de população (dobrando ou triplicando em 2050), caracterizados por um perfil de população jovem.

Cada grupo, nas próximas décadas, precisará encontrar diversas soluções envolvendo produção de alimentos, armazenagem e transporte, assim como expectativas dos consumidores, se quisermos continuar alimentando nosso povo.

Terceiro Mundo e Nações em desenvolvimento

Em países menos desenvolvidos, como a África subsariana e sudeste da Ásia, o desperdício costuma acontecer principalmente no final da cadeia de fornecimento do produtor. Colheita ineficiente, transporte local inadequado e pouca infraestrutura significa que a produção é manuseada e estocada inapropriadamente.

 

Nações Desenvolvidas

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            para ampliar(Foto: Mechanical Engineers Institution)

Nas nações desenvolvidas, como o Reino Unido, há práticas de produção e transporte mais adequadas e eficientes. Facilidades na estocagem e no processo asseguram que uma maior proporção do alimento produzido no campo chegue aos mercados e aos consumidores.  Porém, características associadas a cultura da população moderna causam desperdícios no varejo e desperdícios relacionados ao comportamento do consumidor.

Grandes redes de supermercados, para atender as expectativas dos consumidores, frequentemente rejeitam frutas e vegetais que poderiam ser perfeitamente consumidos, por não atenderem a especificações exatas de mercado como características físicas de tamanho e aparência. Por exemplo, no Reino Unido, mais de 30% dos vegetais nunca são colhidos como resultado de tais práticas. Globalmente, os varejistas geram 1,6 milhões de toneladas de resíduos de alimentos desta forma.

Para a produção que chega ao supermercado, promoções estimulam os consumidores a adquirirem quantidades excessivas de produtos que, no caso de alimentos perecíveis, inevitavelmente geram lixo nos lares. Em media, de 30 a 50% do que é comprado pelo consumidor dos países desenvolvidos é descartado.  

O melhor uso dos nossos recursos

O desperdício de alimentos significa não só a perda de nutrição como também de fontes preciosas, incluindo terra, água e energia. Como uma sociedade global, minimizar o desperdício de alimentos ajudará a resolver questões chave de recursos como:

Uso eficiente da terra

Nas últimas cinco décadas, melhorias nas técnicas de plantio e tecnologias têm ajudado significativamente no aumento do rendimento das colheitas. No entanto, com uma produção global ainda utilizando cerca de 4.9 Gha dos 10 Gha de terras disponíveis, um aumento posterior da área de plantio sem impactar desfavoravelmente o que resta do ecossistema natural do planeta é pouco provável. O desafio é que um aumento na produção animal requer aumento de terras e recursos, assim como o plantio demanda um uso extensivo de terras. Um hectare de terra pode, por exemplo, produzir arroz ou batatas para 19-22 pessoas por ano. A mesma área produziria carne para apenas uma ou duas pessoas. Tensões consideráveis irão emergir, já que a necessidade por alimentos compete com as demandas de preservação do ecossistema e produção de biomassa como fonte renovável de energia.  

Uso da água

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            para ampliar (Foto: Mechanical Engineers Institution)

No último século, a captação de água fresca para uso humano aumentou mais que o dobro da taxa de aumento da população. Cerca de 3,8 trilhões de m3 de água são utilizados pelos humanos em um ano. Próximo de 70% desta água é consumida pelo setor agrícola e o nível de uso continuará a aumentar nas próximas décadas. Dependendo de como o alimento será produzido e da validação das previsões demográficas, a demanda por água na produção de alimentos irá alcançar o patamar de 10 a 13 trilhões de m3 anuais até a metade do século. Isto é de 2,5 a 3,5 vezes maior do que o uso atual de água fresca.

Uma irrigação melhorada pode aumentar o rendimento das colheitas e cerca de 40% dos alimentos do mundo provêm de terras irrigadas.  A água utilizada na irrigação é muitas vezes captada de maneira insustentável.  Em alguns casos, o governo tem programas para solucionar tais problemas. Além disso ainda utilizamos técnicas de inundação e spray, difíceis de serem controladas e com grandes perdas de água por evaporação. Embora os métodos de irrigação por gotejamento sejam mais caros na instalação, eles podem ser 33% mais eficientes no uso de água além de direcionarem os fertilizantes diretamente para as raízes.

No processamento de alimentos, após o estágio agrícola, há um grande uso adicional de água que deve ser considerado em um mundo de crescente demanda. Isto é particularmente crucial no caso de produção de carnes, onde o uso de água é 50 vezes maior que de vegetais. Técnicas mais eficientes de lavagem, procedimentos, purificação e reciclagem serão necessárias para redução do desperdício.

Uso da energia

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            para ampliar (Foto: Mechanical Engineers Institution)

Energia é um recurso essencial em todo o ciclo de produção de alimentos, na qual estimativas mostram uma média de 7 a 10 calorias necessárias para a produção de 1 caloria de alimento, variando dramaticamente de acordo com o tipo de alimento, por exemplo, para vegetais, são necessárias 3 calorias, para carnes, 35 calorias. Como grande parte desta energia provém de combustíveis fósseis, o desperdício de alimentos contribui para o aquecimento global assim como para a utilização ineficiente de recursos.

Nos modernos processos agrícolas industrializados – para os quais as nações em desenvolvimento estão voltadas visando aumento dos rendimentos – o uso de energia na produção e aplicação de químicos agrícolas como fertilizantes e pesticidas representa o segundo maior componente. A produção de trigo usa 50% de sua energia para esses dois ítens. De fato, em escala global, a manufatura de fertilizantes consome cerca de 3–5% do suprimento anual de gás do mundo. Com a previsão de aumento de produção em 25% de hoje até 2030, fontes de energia sustentável serão o principal foco.  Energia para maquinários, tanto de campo quanto de armazenamento e de processo, assim como uso direto de combustível na mecanização em campo e transporte da produção representam 3,1% do consumo anual de energia global.

Recomendações

População crescente, combinada com o aumento do padrão de nutrição e mudanças nas preferências requerem aumento no fornecimento global de alimentos. Engenheiros, cientistas e agrônomos têm o conhecimento e as ferramentas para aumento da produtividade.  No entanto a pressão irá aumentar com os recursos finitos de terra, água e energia. O potencial de prover de 60–100% mais alimentos pela simples eliminação de perdas, e simultaneamente otimizar o uso de recursos de energia, água e terra, é uma oportunidade que não deve ser ignorada. Com esse intuito a Instituição recomenda que:

1. A UN Food and Agriculture Organisation (FAO) trabalhe com a comunidade internacional de engenharia para assegurar que nações desenvolvidas pratiquem programas de transferência de conhecimento de engenharia, know-how de design, e de tecnologias aplicáveis aos países em desenvolvimento. Isto irá auxiliar nas melhorias de produção nos estágios de pré e imediatamente pós colheita da produção de alimentos.

2. Governos de países que estão em processo rápido de desenvolvimento devem incorporar a minimização de resíduos nos seus planos de infraestrutura de transporte e estocagem.

 3. Governos das nações em desenvolvimento devem implementar políticas que modifiquem as expectativas dos consumidores.  Estas políticas devem incentivar os distribuidores e o varejo a evitarem práticas que geram desperdícios e descarte de alimentos e perdas nos lares em função de compras promocionais desnecessárias pelos consumidores.

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