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Publicado em 17/12/2012
O recente trabalho realizado pela pesquisadora Mariana Bataglin Villas Boas, conseguiu modificar uma proteína do leite bovino capaz de causar alergia principalmente em crianças.
O trabalho que foi defendido na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), com orientação da professora Flavia Maria Netto, analisou um modelo de proteína chamada beta-lactoglobulina, existente no leite de mamíferos, sob o efeito de dois tratamentos enzimáticos associados, tornando-a uma alternativa à futura formulação de ingredientes na alimentação, que sejam menos nocivos ao ser humano suscetível a esta reação imunológica.
A pesquisa envolveu a modificação estrutural dessa proteína com a polimerização por transglutaminase (que catalisa a reação de ligação cruzada em diversas proteínas), em conjunto com a hidrólise por proteases (uma reação química de quebra das ligações com os aminoácidos que compõem as proteínas). A associação desses tratamentos é uma estratégia pouco adotada, mas que demonstra boas chances de diminuir a resposta imune das proteínas.
Hoje, a alergia a produtos lácteos afeta mundialmente até 8% das crianças com idade abaixo de três anos, porém até 2% dos adultos também podem perpetuá-la para a vida. “Por isso da preocupação, porque tal sentença não envolve só o leite”, informa a pesquisadora.
Resultados: Com os dois processos enzimáticos foi possível diminuir a resposta alergênica da proteína modelo com a alteração de epítopos (parte da proteína que pode provocar a alergia). Isso foi mensurado por meio do soro de sangue.
Assim, quando se faz o contato dessa proteína modificada com o soro, já se verificam mudanças em relação à proteína não modificada. Em um dos ensaios, a alteração foi tão significativa que reduziu a alergenicidade da proteína a quase zero. “São resultados ainda preliminares, contudo agora estamos usando a matriz toda da proteína do soro de leite”, relata Mariana.
Se as investigações evoluírem, poderão surgir novos ingredientes para reduzirem as alergias, e não só para a proteína do leite, como ainda para a soja, o ovo e o trigo. Cada matriz é uma, esclarece Flavia, e merece estudo.
O projeto iniciado por Mariana deve ter continuidade com o trabalho de outros pós-graduandos sobre questões
relativas à quebra das partes das proteínas onde se localizam os epítopos, valiosos para esclarecer o
tema.
Informações de Jornal da Unicamp
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