Sindicatos compartilham boas práticas em encontro virtual

A crise provocada pela pandemia do coronavírus levou as entidades sindicais a buscarem novos caminhos para atender seus associados.  Algumas das boas práticas adotadas neste período foram compartilhadas durante um bate-papo virtual realizado nesta quarta-feira (26 de agosto), numa iniciativa da Gerência de Relações Sindicais da Fiep. O encontro reuniu 47 participantes. Dez sindicatos apresentaram suas boas práticas e os resultados que obtiveram.

“É muito importante que as indústrias percebam valor no serviço prestado pelos sindicatos. É isso que vai fazer a diferença”, destacou na abertura do encontro a gerente de Relações Sindicais da Fiep, Juliana Bacarin. Segundo ela, o compartilhamento das boas práticas visa exatamente mostrar o que está sendo feito por alguns sindicatos, com bons resultados, que podem servir de exemplo para os demais.

Plano de contingência

“Quando percebemos a gravidade da pandemia e a falta de insumos que já começava a afetar o setor industrial, começamos a desenvolver um plano de contingência em conjunto com as indústrias”, conta Priscilla Garbelini, da Casa da Indústria de Ponta Grossa. Segundo ela, foram atendidas desde microempresas até multinacionais.  “Houve também uma aproximação com o poder público (prefeitura e governo do Estado) e a Fiep, por meio da Casa da Indústria, passou a fazer parte do comitê de crise do município”, informou.

Equipamentos de proteção

O Sindicato da Indústria do Plástico (Simpep) teve uma atuação importante na articulação das indústrias do setor para a produção do face shield, o escudo facial, fabricado essencialmente com material plástico como um equipamento de proteção contra o coronavírus. “Ao mesmo tempo em que desmistificamos o uso do plástico, que é visto como vilão do meio ambiente, reforçamos o sindicato como aliado da indústria”, disse Maria Solange Marecki Pio Vieira. Ela contou que foi organizado um grupo de indústrias do setor para a produção do escudo e doação a prefeituras e hospitais.

O Sindicato da Indústria do Vestuário de Apucarana (Sivale) teve papel fundamental na articulação do setor para a produção de máscaras e aventais. Quarenta indústrias se reuniram para a produção, que gerou um faturamento de R$ 12 milhões. “Com isso, conseguimos evitar demissões e fechamento de empresas no setor e conquistamos 28 novos associados para o sindicato”, informou Patrícia de Macedo Papa do Sivale.

Comunicação e negociação

O Sindimetal Norte adotou como estratégia, para apoiar as indústrias, disponibilizar no site do sindicato todas as informações referentes à crise do coronavírus que pudessem provocar impacto no setor, especialmente as mudanças na legislação. “Utilizamos muito os canais de comunicação, como facebook e grupos de whatsapp para manter os nossos associados informados”, disse Priscilla Filgueiras do Sindimetal Norte. Segundo ela, depois de passado o período mais crítico da crise e quando as indústrias passaram a recuperar suas vendas, o sindicato conseguiu cobrar mensalidades atrasadas. “De dez mensalidades em atraso, nove foram regularizadas”, contou a executiva.  

O Sindimetal Maringá conseguiu um aditivo na convenção coletiva permitindo que as empresas passassem a negociar diretamente com os colaboradores, praticando as reduções ou suspensões previstas nas medidas provisórias. “Houve uma sinergia muito grande neste período entre o sindicato e as indústrias. Além disso, houve uma grande negociação do sindicato com a prefeitura para evitar que as indústrias do setor parassem neste período”, informou Aline Stocco, do Sindimetal Maringá.

Confira todas as boas práticas apresentadas e a íntegra do encontro no vídeo abaixo: