Desde o lançamento do serviço de streaming de vídeos em 2007, a Netflix revolucionou a indústria do entretenimento. A empresa americana, que oferece a assinantes um vasto catálogo de filmes e séries com um valor de assinatura menor do que dos pacotes de TV a cabo, teve seu início com um serviço de aluguel de DVDs. Hoje a marca, avaliada em US$ 127 bilhões, está presente em 190 países e conta com mais de 150 milhões de assinantes globalmente. Nos últimos anos, o surgimento de streaming vem crescendo e o movimento tem se consolidado como uma guerra dos streamings.
Essa guerra se divide em duas frentes: a entrada e a consolidação de concorrentes da Netflix e, consequentemente, uma corrida para produzir projetos originais que funcionem como chamarizes de novos assinantes e para licenciar conteúdos populares.
Concorrência
Este ano ainda a Apple deve lançar a plataforma Apple TV+, já a Disney deve chegará ao mercado como o Disney+. Para 2020, a Warner está prevendo lançar o serviço HBO Max, e a NBCUniversal, a plataforma Peacock. Outras empresas também estão ampliando a suas bases de assinantes, como o Amazon Prime Video (disponível no Brasil) e o CBS All Access (exclusivo dos Estados Unidos).
Produção e licenciamento
O conteúdo disponível é o principal chamariz para os consumidores de plataformas de streaming. E isso ajuda a aumentar a disputa pelo licenciamento e produção de filmes e séries que atraem usuários. A série The Office, que foi ao ar entre 2005 e 2013, é a mais assistida pelos estadunidenses na Netflix. Para conseguir captar esse público, a NBCUniversal, detentora dos direitos do seriado, estabeleceu que a produção será exclusiva do Peacock a partir de 2021.
Friends é a segunda série mais assistida na Netflix e deve deixar a plataforma em 2020 para se tornar parte do catálogo do HBOMax, serviço da WarnerMedia. A alternativa usada pela empresa para compensar a perda das duas séries foi a compra dos direitos de streaming da clássica Seinfeld, que deve entrar no catálogo global da plataforma em 2021.
Para conseguirem mais assinantes, além da disputa pelo licenciamento de conteúdos populares, as plataformas estão apostando em superproduções originais. Este ano, por exemplo, a Netflix deve lançar The Witcher, série de fantasia estrelada por Henry Cavill (O Homem de Aço) e baseada nos livros do polonês Andrzej Sapkowski. Já a Amazon promete lançar em 2021 uma série baseada em O Senhor dos Anéis.
Bolha
Especialistas do setor acreditam que a entrada de novas empresas no ramo do streaming pode criar uma bolha no mercado. A jornalista especializada em entretenimento Joy Press compara a guerra dos streamings à Corrida do Ouro, período no século 19 quando cerca de 300 mil pessoas chegaram à Califórnia em busca do ouro da região. Para o jornalista especializado em tecnologia e colaborador do site Technique, Jon Long, a bolha dos streamings vai estourar devido à ampla oferta disponível para os usuários — que, possivelmente, se recusarão a pagar por todos os serviços.
Com informações do Nexo.
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