As grandes produtoras audiovisuais, como Netflix, Paramount e Mediapro, entre outras, estão criando raízes em Madri, nova capital europeia das séries, graças a ficções espanholas de sucesso, como La Casa de Papel. A demanda de séries na região disparou nos últimos anos.
“Antes era inimaginável que um estúdio como o nosso (...) estivesse produzindo dez séries em um único ano. O normal seriam duas ou três”, comentou o encarregado da produção televisiva no The Mediapro Studio, Javier Pons, à Agence France-Presse (AFP).
As plataformas de streaming de vídeo como Netflix, HBO e Amazon são as responsáveis por esse crescimento. Elas revolucionaram o consumo de ficção televisiva e alteraram seus métodos de trabalho. “As narrativas têm que ser um pouco diferentes para que o espectador, de alguma forma, fique preso ao conteúdo”, explica o responsável pelos conteúdos, Javier Méndez.
A imagem de que Madri é um núcleo de produção de séries ficou evidente com a chegada da Netflix, que em abril inaugurou seu primeiro estúdio europeu em Tres Cantos, na periferia norte da capital espanhola. Essas instalações, que chegam a medir 22 mil metros quadrados e são de propriedade do grupo espanhol Secuoya, foram utilizadas para gravar a terceira temporada de La Casa de Papel, série que se tornou a produção de língua não inglesa mais vista na plataforma americana.
A produções movimentam a economia da Espanha. Segundo um informe recente da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), a produção de séries em espanhol passou a contribuir com o Produto Interno do País (PIB) com 429 milhões de euros em 2015, por 38 séries, a 655 milhões de euros por 58 séries em 2018. A estimativa é que essa cifra pode aumentar 24%. Os postos de trabalho também cresceram. Em 2015 representavam menos de 10 mil empregos na Espanha, hoje estimam-se mais de 18 mil pessoas.
Um idioma em alta
A gigante audiovisual americana Viacom (Paramount, MTV...) anunciou no início deste ano que Madri seria um de seus centros para desenvolver suas produções em espanhol. “Há neste momento uma tendência importante de consumo de conteúdos em espanhol e de consumo de conteúdos de língua não inglesa que potencia a possibilidade de criação daqui para fora”, afirma a diretora de conteúdos para a Espanha e Portugal da Viacom, Laura Abril.
A PwC prevê que entre 2018 e 2022 as plataformas de streaming crescerão com mais força nos países de língua hispânica do que no mercado americano ou britânico.
Com informações da Folha de S. Paulo e AFP.
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