Em comemoração aos 15 anos

clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Freepik/Sistema Fiep)

do Observatório Sistema Fiep foi lançado um estudo que aponta tendências para empresários, estudantes, trabalhadores e poder público. Os temas tratados no documento – empreendedorismo e inovação, comportamento do consumidor, tecnologia da informação e comunicação, marketing e mídias sociais, educação e conhecimento, saúde e qualidade de vida – possibilita instituições e empresas a se prepararem para as mudanças em curso e aproveitarem melhor as oportunidades.

O relatório demandou um ano de trabalho de uma equipe de seis especialistas do Observatório, que se basearam em pesquisas de campo, visitas técnicas, participação em eventos nacionais e internacionais, consultas bibliográficas e monitoramento de informações pela internet para definir essas tendências que devem nortear transformações em diferentes setores nos próximos 12 meses. A ideia é que, a partir de agora, o material seja atualizado anualmente, antecipando para toda a sociedade em que áreas acontecerão os maiores avanços.

Confira algumas tendências:

Empreendedorismo e inovação

Na área de empreendedorismo e inovação, a economia de recorrência e a distribuição disruptiva devem ganhar força. Com o propósito de garantir a venda de produtos e serviços para um mesmo cliente várias vezes, a economia de recorrência estará presente nos segmentos de tecnologia e entretenimento e com forte presença nas áreas de educação, saúde, comunicação e varejo. Segundo a Gartner, 80% das empresas de tecnologia vão funcionar em sistema de assinatura em 2020. O diferencial é a fidelização dos clientes, fluxo mais estável de caixa e preço mais atrativo aos compradores.

Logística

Os processos logísticos também devem ficar mais eficientes com a distribuição disruptiva. O cliente já pode fazer uma compra online e retirar seu produto numa unidade próxima de sua casa, no mesmo dia, sem o risco de extravio. “Essa já é uma realidade no Brasil e deve impactar até a indústria automobilística. Da saída de um produto da linha de produção até as mãos do consumidor, tudo será mais ágil”, garante o líder e organizador técnico da publicação, Ramiro Pissetti.

Consumo

Principal alvo das empresas, o comportamento do consumidor também deve mudar. Isso porque cresce a necessidade de controle do tempo em que as pessoas, especialmente crianças, utilizam recursos e dispositivos tecnológicos. O impacto da conexão digital já é questão de saúde pública. Mesmo facilitando o dia a dia das pessoas, pode causar dependência, compulsão, problemas de socialização, além de causar dificuldades motoras e prejuízos no reconhecimento de expressões faciais, no caso dos pequenos. Ao mesmo tempo, esse comportamento abre oportunidade de negócios para práticas de desintoxicação digital, tratamentos médicos e soluções inovadoras para controle desta exposição, como restaurantes e hotéis com uso restrito de celulares.

Mobilidade

O trânsito caótico dos grandes centros urbanos abre caminho para o desenvolvimento no setor de micromobilidade, o deslocamento de pessoas por meio do uso de patinetes, bicicletas e veículos motorizados de pequeno porte, até 500 quilos. “Foi uma tendência que surgiu nos campi universitários da Califórnia, nos Estados Unidos, e seguiu para ciclovias e calçadões de outras cidades americanas e da Europa, chegando também aqui no Brasil, onde já se articula criar legislação e infraestrutura adequadas”, conta Pissetti. Isso causou uma reação das montadoras, com compra de fabricantes de patinetes, e do poder público, de adequar a estrutura das cidades para um iminente aumento de demanda por esses veículos.

Tecnologia, mídias e comunicação

Do avanço tecnológico e da conectividade, também cresce a preocupação com a privacidade dos dados dos clientes por parte das empresas, governos e de plataformas como Google, Facebook, Microsoft e Twitter. Isso porque eles aproveitam os cadastros dos clientes para oferecer aos parceiros a publicidade direcionada. Isso inclui a preocupação com a ética de uma indústria bilionária formada por bancos, redes varejistas, instituições de ensino e partidos políticos, por exemplo. “No estudo, detectamos uma forte tendência no desenvolvimento de regulamentações mais rigorosas para a comercialização de dados”, adianta.

A tecnologia baseada na inteligência artificial para fins corriqueiros também é tendência. Os assistentes digitais que usam a voz para buscar informações são cada vez mais usados para o acionamento de tarefas cotidianas. Checar a previsão do tempo, um endereço ou solicitar um serviço de transporte pela fala resultou em um aumento na venda de dispositivos que reagem a comandos de voz em torno de 103% em 2018, em relação ao ano anterior, segundo a Adobe Digital Insights (ADI). Essa tendência mostra que o ambiente de negócios ficou mais dinâmico, ágil e produtivo e que aparelhos e equipamentos precisam ter qualidade técnica para captação da voz e internet de alta velocidade para terem eficácia e agilidade na busca por informações.

A disponibilidade de conteúdos de forma gratuita e por meio de plataformas digitais é, e continuará sendo nesse período, uma poderosa ferramenta de marketing de conteúdo que se converte em engajamento, admiração e conversão de seguidores em clientes. Outras vantagens são versatilidade, o fortalecimento da imagem de uma marca e aumento na lista de contatos e seguidores. Por outro lado, a publicidade televisiva enfrenta queda de faturamento e estagnação de preços.

Educação

Na área da educação, é emergente o desafio de formar profissionais híbridos, ou seja, com equilíbrio de habilidades que são necessárias para enfrentar diferentes desafios na carreira. A educação imersiva, com presença forte de interatividade, avaliação de diferentes cenários e aprendizagem inovadora, é outra tendência. Hoje, o uso de equipamentos de realidade virtual aumentada e mista é tão relevante para mostrar na prática um conceito quanto um livro, uma visita técnica ou um trabalho. Estas oportunidades já foram percebidas por instituições de ensino, que vêm abrindo mão de métodos tradicionais para apostar em cursos de curta duração para atualização profissional, considerando a volatilidade da tecnologia.

Relatório

“Essas e outras tendências detectadas no relatório do Observatório Sistema Fiep indicam uma série de transformações inovadoras nas áreas tecnológica, ambiental, cultural, política e social, que já estão em curso, e que servem como sinalizador para o empresariado paranaense, não só da indústria, mas de todos os setores”, destaca a gerente executiva, Marilia de Souza.

O relatório tem como objetivo gerar insights e reflexões a respeito das tendências detectadas para revisão de estratégias e melhor aproveitamento dessas oportunidades que podem gerar significativo desenvolvimento ao Estado. O acesso ao material é gratuito e todas as pessoas interessadas em monitorar as transformações para trabalhar em projetos inovadores podem acessar o conteúdo pelo link  www.observatorio.org.br/tendenciassistemafiep.

Com informações do Sistema Fiep.