Uma empresa de fomento de negócios entre Brasil e China, a Serpa China, divulgou recentemente que o Brasil precisa atrair investimentos em infraestrutura para aumentar as exportações e não depender de ciclos de altas de commodities.
O CEO da instituição, Ian Lin, em entrevista ao site DCI, declarou que percebeu, por meio de seus clientes, “que é preciso promover melhorias para auxiliar os exportadores. Faltam investimentos nas áreas de infraestrutura e logística e isso aumenta os custos para as empresas”.
Para ele, tanto no Brasil quanto em toda a América Latina, há uma dificuldade de converter ciclos de alta de exportações em investimentos, criando, assim, maior sustentabilidade econômica. “Todos esses países passam por um período de auge, seja de soja, carne ou lácteos, que lideram o ciclo de crescimento econômico. Quando esse período se encerra, a economia declina e não deixa nenhuma estrutura”, afirma.
Segundo Lin, os recursos arrecadados nesses ciclos deveriam ser convertidos na melhora da infraestrutura e na agregação de valor de produtos primários. “Seria importante tirar vantagem para criar atividades secundárias e outras oportunidades”, comenta.
Durante a entrevista, explicou também que a China está se abrindo ainda mais para os produtos brasileiros, mas que as dificuldades do País acabam afetando os investidores. “A China precisa de recursos que o Brasil tem de sobra, abriu mais o mercado de carne, depois deve abrir para frutas, só que o País ainda é visto como uma dor de cabeça”.
Outro fator que dificulta o desenvolvimento, segundo Lin, é a burocracia. “Os sistemas de terminais portuários do Brasil são demorados. Há demora na fiscalização, alto custo, dificuldade de contêineres, falta agilidade para os produtos saírem embarcados. Precisa ter alguma melhoria, senão o exportador negocia e não consegue entregar”, avalia.
Investimento externo
O executivo assinala que a China tem interesse em investir na infraestrutura do Brasil, mas ressalta que é preciso investir mais tempo em relacionamento para atrair esses recursos. “A China vai investir em portos no mundo todo, vários países procuram por ela. No que se refere à vontade demonstrada de captar esses recursos, o Brasil está muito atrás”.
Com informações do DCI.
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