Especialistas alertam que o desmatamento de florestas para abrir áreas de plantio não é solução para garantir segurança alimentar para a população mundial. Em estudo, feito em parceria com o Banco Mundial e a ONU Meio Ambiente, a organização ambiental norte-americana World Resources Institute (WRI) mostrou que é possível aumentar a produção de alimentos e alcançar as metas ambientais. O relatório apresenta soluções para garantir de forma sustentável a alimentação de pelo menos 10 bilhões de pessoas, projeção populacional para o ano de 2050. Atualmente, o planeta tem 7,5 bilhões de habitantes.
Só na dieta alimentar dos Estados Unidos, o estudo aponta que as carnes bovina, ovina e caprina são responsáveis por quase toda a emissão de alimentos e fornecem apenas 3% de calorias. O relatório recomenda que o consumo desse tipo de carne seja limitado a 1,5 porção por pessoa e por semana. A sugestão representa 40% menos do que é consumido hoje por 2 milhões de consumidores.
Outra recomendação dos pesquisadores é dobrar ou até quadruplicar a produtividade da pecuária em terras mais úmidas do mundo, além de adotar inovações tecnológicas nos métodos agrícolas.
Para atingir o objetivo de alimentar toda a população de forma sustentável, o estudo sugere aumentar as safras e produzir mais leite e carne na mesma quantidade de terra e aumentar a eficiência do uso de animais e insumos de fertilizantes. Os especialistas também recomendam melhorias na produtividade dos pequenos agricultores nos países em desenvolvimento e que os governos vinculem ganhos de produtividade e rendimento às iniciativas de proteção de florestas e outras áreas naturais.
Os pesquisadores ressaltam que se não houver um esforço de adaptação no modo de produção de alimentos, a previsão é que as emissões de carbono pela agricultura e outras atividades que usam a terra passem de 25% de todo o volume global de emissões para 70%. Para os autores do estudo, esse aumento seria inadmissível.
Um dos problemas observados no relatório é a migração da agricultura para terras ricas em carbono e biodiversidade, como florestas tropicais baixas. Segundo o relatório, a produção de carne de ruminantes, como boi, cordeiro e cabra, requer dois terços da área agrícola global e contribuem com aproximadamente metade do volume de carbono emitido pela agricultura e a partir de outros usos da terra.
O relatório não faz recomendações específicas para os países e não cita o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Craig Hanson, um dos principais autores do estudo e vice-presidente de Alimentos, Florestas, Água e Oceanos do WRI, afirmou que "o Brasil tem grande potencial de expandir sua produção no território já explorado, sem ameaçar a Amazônia. É possível e o Brasil pode fazer isso".
Para mudar essa trajetória, "é preciso criar programas de incentivo para ajudar a estruturar uma agricultura que preserva as florestas", diz a especialista em florestas do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud), Nicole DeSantis.
Com informações da Agência Brasil e jornal Folha de São Paulo.
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