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Sindicato das Indústrias do Vestuário de Cianorte

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Encontro reúne sindicatos dos setores têxtil, do vestuário e couro para debater negociação salarial

Diretores, negociadores e empresários estiveram em Curitiba para avaliar o cenário econômico envolvendo os segmentos e questões ligadas às relações sindicais

clique para ampliarWilson Cerqueira explicou vários aspectos relacionados aos conflitos sindicais no Brasil. (Foto: Divulgação)

O Conselho Setorial da Indústria do Vestuário, Têxtil e Couro da Fiep promoveu no dia 23 de junho um encontro para capacitar os sindicatos e industriais para as negociações salariais junto às categorias trabalhistas. O evento ocorreu no Campus da Indústria, em Curitiba, e contou com a participação do renomado profissional Wilson Cerqueira, que falou sobre a “Gestão de Conflitos Sindicais”.

Ele proferiu palestra aos industriais acerca do gerenciamento de conflitos sindicais. Especialista no tema, Cerqueira é administrador de empresas, com pós-graduação em Desenvolvimento de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Tem ainda formação na área de Psicologia Transpessoal e Psicanalítica e atuou como negociador em inúmeros sindicatos patronais.

Em sua fala, ele traçou um panorama histórico acerca da formação sindical no Brasil e também esclareceu as diferenças entre o modelo sindical brasileiro e modelos de outros países como o Europeu. Cerqueira contou que, ao contrário do que ocorre aqui, na Europa os sindicatos estão dentro das empresas e atuam como mediadores das relações trabalhistas durante todo o período. Desta forma, o sindicato é responsável tanto por fazer cumprir os direitos dos trabalhadores como por verificar se estes estão cumprindo seus deveres, com boa produtividade e qualidade de serviço.

Ele criticou duramente o posicionamento de algumas instituições representantes dos trabalhadores no Brasil, que em função de seus afastamentos do chamado “chão de fábrica”, não se tornam representantes reais dos trabalhadores e tomam atitudes que podem colocar em risco os empregos ou mesmo não estão baseadas em dados econômicos reais e sólidos.

Cerqueira também apresentou informações relacionadas à relação sindical e à Justiça do Trabalho e ressaltou a necessidade de reformas, como as trabalhista e judiciária, para que o relacionamento entre as instituições possa se tornar mais transparente e benéfico para todas as partes. “São necessárias mudanças estruturais. É preciso mudar esse paradigma para que possamos desenvolver relações mais maduras e mais eficazes”, avaliou.

Ainda sobre negociações coletivas, as advogadas Camila Zadra e Juliana Dias Bacarin, da Central de Relações com Sindicatos da Fiep, levaram aos industriais informações acerca do panorama de negociação destes setores em outros locais do país. Elas explicam que a maior parte dos setores vem optando pela manutenção do nível do emprego, tentando minimizar o fechamento de vagas, em vez de reajustes acima da capacidade econômica das indústrias.

Análise

O evento também foi destinado a debater as condições regionais dos setores e o panorama econômico que afeta a indústria. Para atender esse requisito, os economistas Marcelo Alves e Evânio do Nascimento, do departamento de Desenvolvimento da Fiep, apresentaram o panorama da produtividade, lucratividade e vendas dos setores, aliando ainda com informações como exportação e importação.

A apresentação dos economistas chamou a atenção dos empresários ao mostrar números que caracterizam uma queda brusca nas vendas, exportações e importações. Por outro lado, como demonstrou Marcelo Alves, a produtividade e o volume de emprego também reduziram, sobretudo nos ramos de vestuário e têxtil.

“Percebe-se claramente que o mercado está menos aquecido. Outro dado importante é o Custo Unitário por Produto, que demonstra como tem ficado cada vez mais caro produzir cada unidade, seja do vestuário ou peças têxteis. E essas são informações essenciais para que os industriais possam orientar suas decisões com bases reais”, afirmou Alves.

O economista também apresentou dados relacionados à inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor (INPC), que demonstraram que os preços dos itens que compõe a cadeia do vestuário não acompanharam a inflação crescente, subindo bem abaixo dos demais componentes.

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