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Algodão que pesa, e muito, no bolso

26 de março de 2011

Cotações recordes no algodão - principal insumo do setor de vestuário - já elevam os preços das coleções de outono-inverno das lojas. Não à toa. Os preços do produto são os mais altos já registrados nos últimos 140 anos, com a arroba (15 kg) custando no mercado brasileiro em torno de R0, frente os R da safra passada. Isso significa que o consumidor encontrará peças de vestuário, roupas de cama, bolsas e até sapatos mais caros nessa temporada de mais frio.

Especialistas ponderam, contudo, que a cotação elevada fez crescer os olhos dos produtores: a área plantada da cultura no país vem aumentando - 56% desde 2009 - e, assim, a expectativa é de uma safra recorde neste ano. O que, em resposta, já traria um alívio para os consumidores nas próximas coleções.

Nas contas da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a indústria pagou 177% a mais pelo algodão em fevereiro frente a igual mês de 2010. Um salto que já começa a aparecer nos índices de inflação. Pelo IPCA-15, os preços de vestuário saíram de uma queda de 0,37% em fevereiro para uma alta de 0,59% este mês. Entre os produtos que mais subiram, estão os vestidos (2,74%), os shorts femininos (3,51%), os conjuntos infantis (2,34%) e as bolsas (1,83%).

Nas lojas, até os calçados já aparecem com preços maiores, num reflexo indireto da alta do algodão. A coleção de calçados da Soulier, rede com nove lojas, estão, em média, 10% mais caros nesta temporada. Os que têm tecido encareceram entre 15% e 20%.

- Para a loja, os tecidos subiram 85% num ano. Sapatos e bolsas também sofrem com as altas. O consumidor deve reclamar no começo e depois perceber que é uma reação de todo o mercado - disse Rodrigo Fávero, dono da Soulier.

Nas lojas de roupas, há altas expressivas, ainda que os artigos não sejam necessariamente os mesmos da temporada outono-inverno de 2010. Na Lilica e Tigor, de vestuário infantil, a blusa de manga comprida básica subiu de R,90 para R,90; o vestido com capuz saiu de R9,90 para R6,90; e a calça de moletom, de R,90 para R,90 (preços da loja do Grande Rio). Já na Espaço Roza (Bangu Shopping), de moda feminina, a blusa de manga comprida básica sai de um patamar de R para R1.

- O algodão está sendo regulado pelo mercado internacional, e as commodities estão em alta. Com a quebra de safra de alguns países, o volume de algodão que chega não está sendo suficiente. Logo, há falta. E essa falta da matéria-prima provocou um problema nas tecelagens, afetando as indústrias têxteis nacionais e dando atrasos na cadeia de produção dos tecidos. Isso gera um aumento do uso das fibras mistas, como a poliamida e outras sintéticas ou naturais. Essa será a tendência para a estação, mas, ainda assim, vai haver um aumento que não deve ser menor que 10%. A Armadillo está tentando minimizar todos os aumentos repassados para o consumidor final, mas, de alguma maneira, isso será sentido - disse Ricardo Nasseh, dono da grife Armadillo.

A aposta em outros materiais foi um dos caminhos para que o estilista carioca Gustavo Vasques não repassasse a alta do algodão para os consumidores da sua grife, no Flamengo. Ao lado do algodão, surgem mais peças em veludo e cetim.

- O algodão não está tão presente e isso colaborou com a manutenção do preço das peças em relação ao ano anterior - disse Vasques, acrescentando ainda que as peças estão mais leves. - No ano anterior, as roupas eram mais pesadas e peças únicas; este ano, há a possibilidade de peças mais casadas.

Lojistas que se anteciparam às altas mais fortes do insumo conseguiram, ao menos, adiar esses repasses. Caso da Maria Chique, do Shopping Grande Rio. Para Deise Costa, gerente da loja, os consumidores podem vir a sentir a variação dos preços do algodão na próxima coleção. O mesmo ocorre na K&K do Passeio Shopping - que não apresenta aumentos em relação à igual coleção do ano passado.

- A coleção (outono-inverno) já foi comprada seis meses atrás. Já a coleção primavera-verão 2012 deverá sofrer reajuste no preço das peças - disse Klécio Mota, diretor da marca.
Segundo Sérgio Griffel, diretor comercial da Leader, as boas negociações permitiram a manutenção de preços na rede, mesmo aumentando a qualidade das peças. Por conta disso, a Leader está com um estoque 20% maior e prevê que as vendas cresçam cerca de 30%.

Por Simone Marinho

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