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Roupas para quem?

28 de março de 2011

Aguinaldo Diniz Filho

A indústria têxtil e de confecção brasileira tem batido recordes de investimentos. Somente em 2010, foram mais de US$ 2 bilhões. Assim, o setor multiplica empregos e contribui para o crescimento sustentado, bem como amplia e garante sua capacidade de atender à demanda doméstica e à exportação. Ou seja, são infundadas as informações que vêm sendo difundidas quanto a um eventual risco de desabastecimento do mercado interno.

Tal alarmismo soa como reação aos sinais de nosso novo governo de que adotará medidas para conter as importações provenientes da Ásia. Ser contrário às providências defensivas e, como se não bastasse, reivindicar a redução das taxas de importação são atitudes conspiratórias contra a saúde da economia brasileira, tamanho o dano para a indústria, a balança comercial do país e os consumidores. Ficaríamos todos reféns do dólar e de fornecedores que não se pautam pelas leis de mercado e normas civilizadas quanto à qualidade e salubridade do que e de como produzem.

Assim, ao invés de escancarar definitivamente nossos portos, é premente implementar medidas que aumentem a competitividade sistêmica do Brasil. Precisamos reduzir os encargos trabalhistas, isentar os investimentos de tributos e desonerar as exportações (e não as importações...). No setor de têxteis e vestuário tais providências são essenciais, assim como em numerosos outros segmentos da indústria de transformação. Não é prudente repudiar medidas que atendam aos interesses maiores desta nação, devido ao mero oportunismo representado pela fortuita possibilidade de se beneficiar dos ganhos propiciados pelo câmbio sobrevalorizado.

A incongruência é ainda mais evidente quando se observa que aqueles que estão aproveitando uma circunstância conjuntural para maximizar lucros não têm repassado os ganhos ao consumidor brasileiro. Seria justo conceder-lhes imposto menor? Não há razão concreta para isso, pois nossas fábricas de têxteis e confecção estão capacitadas a suprir o mercado interno, apesar das dificuldades relativas aos preços dos insumos e matérias-primas e da concorrência desigual com empresas estrangeiras.

Prova de que, apesar de todos os problemas enfrentados, a indústria têxtil e de confecção do Brasil tem capacidade de suprir o consumo interno é abastece 95% do mercado nacional. As próprias empresas varejistas do setor informaram recentemente o governo que 90% do que vendem são constituídos por produtos nacionais. Ademais, o segmento do vestuário, com ociosidade atual de 17%, pode ampliar bastante sua produção, se houver demanda.

Portanto, é inconsequente preconizar mais facilidades para a importação. A Fiesp acaba de mostrar que, em 2010, registrou-se o déficit recorde de US,9 bilhões na balança comercial da indústria brasileira. Se continuarmos estimulando indefinidamente esse rombo, de nada adiantará importar roupas, pois não teremos a quem vendê-las, já que estaremos criando empregos e renda apenas do outro lado do mundo.


Aguinaldo Diniz Filho
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT)

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