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A Basf tira o chapéu para o campo

27 de novembro de 2011

A fabricante alemã de produtos químicos aposta no agronegócio e cria ferramenta para medir seu impacto no meio ambiente.

Por Marcelo CABRAL, enviado especial a Frankfurt

O Brasil anda em baixa em terras germânicas. A exposição se limita a faixas turísticas no aeroporto de Frankfurt (Venha conhecer o novo espírito brasileiro, escritas em alemão) e a uma ou outra eventual camisa da Seleção Brasileira. A própria amarelinha não anda nada bem das pernas no comércio. Na Kaufhof, uma das mais populares redes de lojas do país, ela está em promoção. Antes vendida por EUR 69,95, com a polêmica faixa verde da Nike no peito, ela sai agora por EUR 39,95. É pouco mais que a metade do preço cobrado pela camisa da seleção de rúgbi da Nova Zelândia, que custa EUR 76,95. No entanto, para a Basf, a gigante alemã da indústria química, o Brasil, onde opera há um século, nunca foi tão importante.

O motivo é simples: a Basf pretende aumentar o faturamento mundial de suas unidades de agronegócios - herbicidas, fungicidas, inseticidas e sementes transgênicas - dos atuais EUR 4 bilhões anuais para EUR 6 bilhões, até 2020. E o País deve ser um dos pilares de uma nova estratégia lançada pelo grupo no segmento agrícola. "Temos dois braços para crescer no Brasil: área e tecnologia", afirma Eduardo Leduc, vice-presidente para a América Latina da unidade de proteção de cultivo. "Já em outros países não há mais espaço disponível para novos cultivos..De fato, o campo brasileiro, que ainda tem muitas extensões de terra a ser exploradas, ainda precisa de aperfeiçoamentos. Cerca de 30% da produção agrícola local se perde devido ao ataque de pragas. A quantidade de defensivos por tonelada usados na safra nacional é apenas um sétimo da utilizada na França e um décimo à do Japão.

De olho nesse potencial, a fabricante alemã de produtos fez uma pesquisa em quatro continentes e seis países, inclusive o Brasil, para descobrir as relações, demandas e visões entre consumidores e produtores agrícolas. "Quando bolamos a nova estratégia, queríamos nos reaproximar dos fazendeiros e dos produtores, em vez de mantermos o foco nos produtos", disse à DINHEIRO Stefan Marcinowski, um dos oito membros do board global da empresa, na sede da companhia em Ludwigshafen, cidade plantada às margens do rio Reno. "Mas não tínhamos números concretos para nos basear."Uma das principais conclusões do trabalho é a de que os homens do campo são vistos pelo público como os grandes vilões dos problemas ambientais, apontados como responsáveis por desmatamentos, queimadas e trabalho escravo. Ao mesmo tempo em que demandam menos danos ambientais, os consumidores também querem mais oferta de alimentos. "Há pouca noção do esforço feito pelos agricultores para aumentar a oferta", afirma Leduc. A principal demanda dos produtores ficou clara: soluções mais sustentáveis e com melhor produtividade. É justamente esse nicho que será o grande alvo da Basf daqui para a frente.

O primeiro gesto prático da nova estratégia é o lançamento de uma ferramenta chamada AgBalance para medir o que é ou não uma prática ambientalmente correta na agricultura. "Todo mundo se diz sustentável, mas não havia um sistema único, com dados científicos, que pudesse comprovar a eficiência ambiental de métodos de produção", afirma Markus Heldt, presidente global da unidade de proteção de cultivos. Levando em consideração três fatores - econômico, ecológico e social -, o AgBalance mede 69 indicadores, divididos em 16 categorias. No caso brasileiro, por exemplo, vai permitir elevar o grau de sustentabilidade das culturas de cana-de-açúcar e soja. Em outros países, a meta é diferente; na China, por exemplo, os principais clientes deverão ser os plantadores de tomates.

Os clientes que comprarem o serviço - o preço de todo o processo, da pesquisa aos números finais, ficará entre R$ 50 mil e R$ 250 mil - poderão localizar exatamente seus principais pontos críticos e mitigá-los. No Brasil, duas empresas já estão testando a ferramenta. "Essa ferramenta vai nos permitir desmistificar, com dados científicos, a visão de que somos nós que estragamos o meio ambiente", afirma José Olavo Vendramini, gerente agrícola da Açúcar Guarani, que vai usar o AgBalance para medir o impacto de sete usinas produtoras de açúcar, etanol e energia no interior de São Paulo. "Os números vão mostrar se o maior desgaste ambiental acontece do lado de dentro ou de fora da porteira", diz Álvaro Luiz Dilli, gerente da SLC Agrícola, produtora de soja e outras commodities agrícolas.

 

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