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Químico investiu em padrões para calibração de equipamentos de análises químicas e já faturou dois prêmios de empreendedorismo
Weruska Goeking
Até 1997, o químico Nilton Pereira Alves trabalhou na filial brasileira da Eastman Kodak Company, onde atuou na área de metrologia de medições de pH e íons. Com a expansão da fotografia digital e a consequente diminuição do mercado para as fotos analógicas, a Kodak perdeu o interesse na área de pesquisa do químico e Alves deixou acabou deixando a empresa.
Com dois colegas de trabalho, Alves fundou Laboratórios Químicos e Metrológicos Quimlab ainda em 1997, em São José dos Campos, interior de São Paulo, com investimento aproximado de R$ 40 mil. "No início o investimento foi praticamente só intelectual", conta A equipe deu continuidade às pesquisas realizadas na Kodak e se tornou fabricante de padrões químicos destinados à calibragem de equipamento de análises químicas industriais. A própria Kodak era um de seus primeiros clientes.
No ano seguinte a empresa recebeu aporte de R$ 500 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para a compra de equipamentos de precisão e formação de profissionais necessários às atividades metrológicas dos laboratórios.
"Na época isso foi muito importante, porque não havia outra linha de fomento.
Com o montante, fizemos intercâmbio nos Estados Unido e compramos equipamentos. O projeto durou dois anos e deu novo fôlego à empresa", conta.
Em agosto de 1999, a Quimlab assinou parceria com a Univerdade do Vale do Paraíba (Univap), tornando-se uma empresa incubada. Foram desenvolvidas pesquisas metrológicas e a Quimlab também ofereceu serviços de análises para empresas da região do Vale do Paraíba. Em contrapartida, a indústria química teve à sua disposição toda a infraestrutura necessária para as instalações de laboratórios mais modernos.
A Quimlab ficou no parque tecnológico da Univap até meados de 2007, quando mudou-se para a planta atual, em Jacareí (SP). "A empresa cresceu e precisamos adquirir uma área própria. Saímos de um espaço com 35 m2 para um com 3 mil m²", explica.
Com a expansão física, os negócios da Quimlab também cresceram. Atualmente, a empresa conta com 55 funcionários e produz 1.500 padrões químicos, sendo que 80% dos produtos não possuem concorrência nacional.
Entre seus diferenciais estão a certificação ISO 9000/2008 e processo da produção de padrões químicos certificado pela ISO 9001/2008. Além disso, seus padrões são, desde junho de 2001, rastreados ao Instituto Nacional de Normas e Tecnologia dos Estados Unidos (Nist, do inglês National Institute of Standards and Technology), o que agrega confiabilidade ao produto.
Além disso, a companhia complementa sua linha ao representar cinco indústrias americanas no Brasil.
Os importados ainda dominam esse segmento da indústria química, mas a Quimlab já obtém 10,15% de participação no mercado e Alves planeja crescer ainda mais. Para isso, os investimentos em pesquisa e tecnologia não param. "Temos um mercado muito grande para conquistar", afirma.
No ano passado, 28% do faturamento - ou 75% do lucro - da empresa foram investidos em inovação. "O lucro é quase todo revertido em inovação apostando no médio e longo prazo das tecnologias. Investimos R$ 2milhões em uma planta de polimerização com recursos próprios nos últimos dois anos", destaca.
A Quimlab ainda conta com parcerias para alavancar os estudos e os negócios. Atualmente estão em andamento projetos com o Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTM-SP) e o Centro Técnico Aeroespacial da Aeronáutica (CTA).
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NILTON ALVES
Sócio-fundador da Quimlabe mestre em química inorgânica
A empresa
para a qual o futuro empresário prestava serviços enfrentou dificuldades com o surgimento de novas tecnologias
e Alves aproveitou o momento para investir no próprio negócio com colegas de profissão. Para que a empresa
decolasse, ele contou com baixo capital próprio, muito investimento intelectual e a ajuda de agências de fomento
e de apoio à pesquisa.