Desde 2006, quando o Arranjo Produtivo Local (APL) de Software de Londrina e Região foi criado, o setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) está trabalhando para melhorar a competitividade do setor. Agora chegou a hora de colher os frutos. Em 2014, as indústrias de TIC ganharam o reconhecimento do poder público sobre sua importância no desenvolvimento econômico e social da região.
O segmento foi escolhido para ser a nova identidade de Londrina e é o alicerce da marca “Londrina Cidade Genial”. A escolha do novo conceito foi pautada por um conjunto de fatores, como tamanho e importância do setor de TI, que possui 1,2 mil indústrias na região e gera aproximadamente 14 mil empregos diretos.
E, para coroar um ano ímpar, as entidades relacionadas ao setor de TI, como APL de Software de Londrina e Região, SINFOR, Cintec e Sebrae/PR, realizaram a segunda edição do ECO. TI, um evento focado no debate de estratégias para alavancar o mercado. Mais de 500 profissionais tiveram a oportunidade de assistir palestras e talk shows com grandes nomes da área no Brasil, como o executivo da IBM Brasil, Henrique Von do Amaral, e o fundador da Cyclades Corporation, Daniel Dalarossa. A empresa foi a primeira start-up brasileira a fazer sucesso no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
Para Gabriel Henríquez, presidente do APL de Software de Londrina e Região, a repercussão do evento foi muito boa. “Confesso que me surpreendi com o engajamento das entidades e com o envolvimento das pessoas e da sociedade em torno do ECO. TI. Isso demonstra o valor que a indústria de TIC conquistou em nossa região. Nosso APL é formado por industriais críticos, que saem da zona de conforto para fazer a diferença na nossa cidade e região”, disse.
Na opinião de Fabrício Pires Bianchi, consultor do Sebrae/PR, o evento estimula a criação de um ambiente de negócios favorável, além da geração de conhecimento e da promoção de networking. “O ECO. TI ajuda a consolidar Londrina como uma referência na área de TIC no Paraná e no Brasil”, afirmou.
Destaque
Uma das palestras que mais chamou a atenção dos participantes do ECO. TI foi proferida por um adolescente de apenas 13 anos. O alagoano Davi Braga se prepara para lançar uma start-up para comercializar material escolar. Ele se inspirou no negócio da mãe, proprietária de uma papelaria, que tinha dificuldade para fazer orçamentos e montar os kits completos de material escolar para distribuir para os clientes. A criação da List-it, a start-up de Davi, irá facilitar o envio de pedidos, que será feito via internet. O sistema organiza a lista de usuários e encontra as melhores opções, levando em conta os preços mais baixos apresentados pelas empresas cadastradas. A start-up, que estará no ar no início de 2015, vai ficar com 10% do valor de cada lista.
Davi Braga deu uma aula de empreendedorismo. Apesar da pouca idade, se comporta com a maturidade de um adulto quando o assunto é o mundo dos negócios. Quando era pequeno, já vendia bonequinhos, símbolos do Flamengo e desenhos de carros feitos por ele. O primeiro negócio planejado foi a venda de chicletes importados para comprar uma smart TV de 32 polegadas. “Investi US$ 20 em chicletes dos Estados Unidos e contratei amigos para vender”, conta. No entanto, percebeu que se tratava de um produto muito barato e que o lucro seria pequeno.
A próxima aposta de Davi foi o comércio de cupcakes na escola, produzidos pela irmã. O comércio informal atrapalhou as vendas da cantina, comandada pelo marido da diretora da escola. Apesar da proibição do comércio dentro do estabelecimento, o negócio de Davi prosperou. O garoto fazia as vendas pelo Whatsapp e só entregava a mercadoria na escola. Com o lucro conseguiu comprar a televisão, que foi apenas a primeira conquista.
O exemplo de Davi vem do berço. Seu pai ministra palestras sobre empreendedorismo e é investidor anjo de start-ups. “Eu acredito realmente que o empreendedorismo pode mudar o mundo. Na List-up pretendo fazer parcerias com o governo para fazer doação de material escolar para as escolas públicas”, finalizou Davi Braga.