Com uma solução de software, cientistas conseguiram reduzir em 30% a energia necessária para gravar
dados em uma memória que vem sendo anunciada como a sucessora das memórias flash, usadas nos cartões
de memória e nos pendrives. Além de economizar energia, a técnica aumenta em 40% a vida útil dessas
memórias.
Chamada de memória de mudança de fase (PCM: Phase-Change Memory), ela utiliza o mesmo tipo de material empregado
nos CDs e DVDs regraváveis. Como a memória flash, ela não perde os dados na falta de energia, mas é
muito mais rápida do que a tecnologia atual, o que poderá dar um novo impulso ao boot rápido de computadores.
No ano passado, a IBM anunciou
avanços importantes na parte hardware das memórias PCM, e agora a pesquisadora Azalia Mirhoseini e seus colegas
das universidades Rice e Califórnia, ambas nos Estados Unidos, apresentaram uma inovação na parte software.
De acordo com ela, foi desenvolvida uma nova plataforma de otimização que explora assimetrias na leitura
e escrita das memórias de mudança de fase, minimizando o número de transições de bit, o
que resulta em ganhos de energia e durabilidade.
Na memória PCM, materiais sensíveis ao calor alternam entre uma fase cristalina e uma fase amorfa, o que
é usado para guardar as informações binárias. Além disso, escrever em uma memória
PCM leva uma fração do tempo necessário para escrever em uma memória flash. O processo é
reversível, permitindo apagar o dado para que ele seja regravado. Mas esse processo é assimétrico: gravar
exige um curto pulso de forte calor, enquanto apagar exige um pulso longo de calor mais brando.
Os cientistas desenvolveram uma técnica de programação que não se baseia em bits individuais,
mas em "palavras" - como um byte. Antes de desgravar o dado, o programa rastreia a palavra e sobrepõe apenas os bits
que não precisam ser reescritos para formar o novo byte.
Essa redução na "transição de bits" - a necessidade de mudar o valor de cada bit - que permite
acelerar a regravação e economizar até 30% de energia.
Como evita gravações desnecessárias, os pesquisadores descobriram que a nova técnica também
reduz o desgaste da memória PCM em até 40%, o que eleva sua vida útil em um tempo correspondente.