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O absenteísmo vem sendo considerado um dos principais problemas relacionados ao ambiente de trabalho. É o fenômeno relacionado com ausências frequentes do funcionário em seu posto dentro da empresa. A sua gestão tem sido um desafio constante para as indústrias, que procuram informações sobre o tema para diminuir as faltas e aumentar a produtividade.
Segundo o coordenador técnico do Sesi no Paraná e médico do Trabalho, Ronaldo Ruaro, o absenteísmo desencadeia uma série de questões. “A falta do trabalhador ao trabalho já causa prejuízo direto na empresa desde o início, pela diminuição nas horas trabalhadas e consequentemente, redução da produção direta. Pode ter ainda um efeito negativo na equipe, visto que normalmente causa algum efeito nos demais membros da equipe, até pela carga laboral suplementar nestes outros colegas de trabalho”, afirma.
De acordo com ele, a falta constante no trabalho ou afastamentos que poderiam ter sido evitados podem causar prejuízo financeiro para a empresa. “Quando há um afastamento maior, os efeitos somam-se aos dos aumentos da carga tributária da empresa, pois nos casos de nexo técnico epidemiológico positivo aumentam o valor do FAP (Fator Acidentário de Prevenção) da empresa e oneram substancialmente a já pesada carga de contribuição previdenciária”, salienta.
Para lidar com essa questão, o ideal para a empresa seria, segundo o especialista, “implementar um método efetivo de gestão do absenteísmo, que analise o problema desde o início, começando por um diagnóstico de situação da empresa, seguido de uma avaliação dos casos de afastamento e de criação de uma política de tratamento para os casos de afastamento”.
Além de uma visão mais macro, o ideal é que cada coordenador de área acompanhe o problema de forma próxima, para avaliar a essência da falta e comunicar o setor médico da indústria. “Deve-se analisar o fenômeno de uma forma ampla, e comunicar-se com o Sesmt (área de Medicina do Trabalho) e com o serviço médico da empresa, para obter dados mais precisos. Em geral, esses setores têm informações valiosas e frequentemente vislumbram possíveis soluções”, aconselha. “É preciso, em primeiro lugar, afastar a possibilidade de tratar-se de um agravo à saúde, no qual o colaborador precisa de apoio, e, frequentemente, ser ouvido. Nestes casos, pode tratar-se de uma doença cujo tratamento seja compatível com uma atividade laboral que o permita trabalhar, evitando o afastamento”, pondera.
Cultura
O alto número de atestados registrado nas empresas chama a atenção para um aspecto que pode estar relacionado com a parte cultural do País. “Faltar ao trabalho muitas vezes sem necessidade faz parte da cultura do brasileiro. Quem nunca ouviu falar de alguém que vai ao médico somente para ‘pedir um atestado’? E, infelizmente, alguns profissionais, de forma irresponsável e até muitas vezes criminosa, fornecem ou vendem atestados prejudicando o trabalhador, a empresa e a sociedade”, opina Ruaro.
Com todos esses aspectos, o coordenador técnico do Sesi sempre indica um diálogo maior entre os setores da empresa. “O absenteísmo, em uma análise mais ampla, é um fenômeno comportamental, que deve ser tratado de forma multiprofissional e técnica. Para combatê-lo de forma eficaz, faz-se necessária uma atuação conjunta, entre setor de recursos humanos, administração, direção, setor de saúde ocupacional e de segurança do trabalho e produção”, conclui. O Sesi oferece uma consultoria especializada neste tema para as indústrias, oferecendo soluções estratégicas e eficazes para todas as fases do processo.