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Conhecer as possibilidades para o cenário futuro e planejar as ações para sua empresa é o desejo de todos os industriais. Estas foram exatamente as informações que o economista Leonardo de Assis Santos, gerente de consultoria e customer sucess da Cortex Intelligence, buscou apresentar durante palestra realizada no dia 21 de agosto, em Curitiba, junto à reunião do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil da Fiep.
A palestra fez parte de um ciclo de eventos que já havia passado por Maringá, Terra Roxa, Apucarana e Francisco Beltrão como parte do Circuito Inteligência Competitiva - Perspectivas Brasil 2015/2016, uma iniciativa do Sebrae.
Durante a palestra, o economista mostrou dados relativos à evolução do setor do vestuário nos últimos meses em itens como o nível de emprego, ocupação fabril, importações e exportações. Infelizmente, de acordo com o especialista, a crise deve se agravar ainda e a estagnação permanecer durante 2016, com a retomada dos negócios em 2017, em função das complicações no cenário político e econômico.
Longe de ser um momento para pessimismo extremo ou para deixar de acreditar, Leonardo Santos acredita que este é um tempo para reestruturação e para se preparar para a retomada do consumo. “Esse é um momento para equilibrar a empresa e torná-la eficiente para aproveitar o período de recuperação da economia”, disse.
Nesse contexto, o economista ressaltou a importância de cortar custos desnecessários, otimizando o consumo de materiais e estimulando a produtividade dentro da companhia. Ele também destacou a importância do trabalho de marca e da inovação, para atender aos consumidores em suas necessidades reais e desejos como forma de desenvolver o mercado.
Dentro da análise realizada pela consultoria, Leonardo observou aos industriais que há um crescimento do mercado,apesar da crise econômica, em determinados nichos de consumo. Desta maneira, uma das estratégias é buscar atender bem e de forma criativa estes consumidores.
Durante a apresentação, o economista citou como áreas em crescimento o mercado plus size, o vestuário evangélico, a moda gestante e produtos sustentáveis, além de produção de moda ligada a atividades físicas e culturais, como a street wear, voltada aos praticantes de skate e country. Há ainda atendimento a nichos como a terceira idade, que conta com renda mais disponível e que está em busca de conforto e produtos pensados para ela.
Outra saída apontada pelo economista é a retomada do consumo em função da variação cambial. Ele apresentou estimativas que dão conta que o Real deve continuar desvalorizando e o câmbio pode chegar a R$ 4 por dólar. Desta forma, dois movimentos importantes podem impulsionar a indústria.O primeiro deles é a redução da importação de produtos, cuja participação representou cerca de 15% do total do varejo em 2014. “Com a redução da importação, o que impede que o produto brasileiro volte a retomar essa fatia de mercado? Precisamos estar preparados para isto”, orienta.
Outro movimento natural seria o da exportação, com a venda de produtos, sobretudo para outros países em desenvolvimento que têm natural interesse para o produto brasileiro. “O produto brasileiro neste momento está muito barato. Pode ser um bom momento para realizar a abertura de mercado externo”, explicou.