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Indústria têxtil sofre com importação desenfreada

Abit lança campanha para pressionar governo a adotar medidas de proteção à indústria nacional

 

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               ampliarPresidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho, e empresários inauguram Importômetro (Foto: Abit)

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) inaugurou no dia 17 de janeiro o "Importômetro". Trata-se de um painel que mede as importações brasileiras de produtos têxteis, e apresenta como resultado o número de empregos que deixaram de ser oferecidos pelas empresas do setor. Os resultados são alarmantes. De acordo com o painel, somente em janeiro deste ano, esse número já ultrapassa 39 mil postos de trabalho.

O Sindivest está apoiando a ideia e ajudando a coletar assinaturas dos empresários do setor. Para a presidente do Sindicato, Luciana Bechara, um dos objetivos é alertar a população. "Queremos consumidores conscientes, que privilegiem os produtos que geram emprego para seu país", afirma. Segundo ela, os lojistas também precisam repensar, pois têm comprado cada vez mais mercadorias importadas. "Na minha empresa, já demitimos dez funcionários pela queda de movimento. Os números são alarmantes para o setor que mais emprega no Brasil", conclui.

Segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, o cenário ainda pode piorar se o governo federal não adotar medidas eficazes para o setor. "A única saída para conter a desindustrialização total do setor é a redução da carga tributária ou mesmo a desoneração integral", ressalta.

Emprego - Segundo dados do Ministério do Trabalho referentes ao ano de 2010, o Paraná é o sexto Estado em geração de empregos no setor têxtil, com 98 mil postos de trabalho. O Estado fica atrás de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Ceará. O setor é o segundo que mais emprega no Estado, perdendo apenas para a indústria de alimentos.

Campagnolo aponta que, além da facilidade da entrada de produtos importados no Brasil devido à deficiência da fiscalização, a desvalorização do dólar contribui para o aumento da importação. Por outro lado, as medidas adotadas pelo governo apenas minimizam o problema. "Algumas medidas adotadas recentemente diminuem o problema, mas não resolvem. O governo tinha que desonerar por completo o setor têxtil", reforça.

Para o presidente da Fiep, a indústria têxtil brasileira é atrativa, principalmente pelo design e pela qualidade dos produtos, mas é pouco competitiva pelo custo da operação. "Não queremos criar barreiras para entrada legal dos produtos importados, como está fazendo a Argentina, por exemplo. O caminho é dar uma condição melhor de competição ao produto brasileiro."

Importações - De acordo com dados do Departamento Econômico da Fiep, o Brasil importou US$ 4,6 bilhões em produtos têxteis em 2011. Isso significa um aumento 21% em relação a 2010, No Paraná, os números são ainda mais alarmantes. O Estado importou US$ 181 milhões no mesmo período, um crescimento de 86% em relação aos US$ 97 milhões em 2010. Os países que mais vendem produtos têxteis para o Brasil são China, Índia, Indonésia e Bangladesh.

O setor também teve uma queda acentuada no desempenho em 2011. O segmento de têxtil teve o pior desempenho nacional, registrando retração de 14%, enquanto a queda na atividade de vestuário foi de 5%.

Campanha -
Além da inauguração do importômetro, a Abit lançou também uma campanha para colher um milhão de assinaturas e, com isso, pressionar o Congresso a adotar medidas mais eficazes para aumentar a competitividade da indústria têxtil brasileira. A Fiep apoia a campanha. O formulário para assinatura, bem como o painel atualizado em tempo real, estão disponíveis no site da Abit.



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