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AGNALDO BRITO
A exportação de itens produzidos a partir do uso intensivo de mão de obra será a mais prejudicada com a decisão de excluir o Brasil do SGP (Sistema Geral de Preferências).
A medida unilateral piora a situação de setores já bastante prejudicados com a valorização do real em relação ao dólar.
De acordo com a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), as indústrias têxtil, de confecção e de calçado serão as principais vítimas dessa medida.
"São produtos em que os europeus não possuem competitividade em razão do alto custo trabalhista. Eles compravam em outros países e usam o benefício oferecido pelo SGP. O exportador brasileiro pode vender, mas terá de dar o desconto equivalente para neutralizar a alíquota de importação. Perderá margem, ficará inviável", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB.
Há tempos, o tema tem gerado questionamentos, principalmente dos Estados Unidos, afirma Castro.
"Por um lado, o Brasil quer ser reconhecido como grande para discutir questões do comércio global. Por outro, não quer se graduar como exportador rico para não perder o direito a estar no sistema de preferências", afirma.