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Pouco mais de dois anos após um incêndio ter destruído, no dia 19 de setembro de 2014, uma das plantas industriais da empresa, a Fiasul já retomou boa parte da produção e tem o olhar para um futuro de crescimento, com a verticalização e produção de novos produtos na cadeia.
A história da Fiasul, representante emblemática do setor têxtil no Paraná, é de superação desde o início, como conta o presidente do Conselho de Administração da empresa, Augusto José Sperotto. O industrial afirma que a companhia começou em 1994 quando ele e um grupo de empresários assumiram a fiação da Coopagro, uma cooperativa que enfrentava na época uma liquidação extrajudicial.
“A empresa tinha a produção concentrada em fio cardado e produzia, na época, 280 toneladas do produto por mês, que era o que todo mundo produzia. Quando assumimos acreditamos que precisávamos produzir e oferecer algo diferente e buscamos estruturar e modernizar o parque industrial para fabricar o fio penteado”, explica.
De lá para cá, além da fábrica de fios penteados, empresa inaugurou outra planta, a de fio "open-end" e a produção atingiu mais de 1,2 milhão de quilos de fios por mês. A indústria estava em velocidade de cruzeiro e crescimento quando foi atingida pelo incêndio. Apesar da cobertura do seguro, a burocracia dificultou o acesso ao recurso e, unido à crise econômica que assolou o país no ano passado, a empresa sofreu um prejuízo de mais de R$ 55 milhões, tendo queda de 50% no volume de produção e 45% do faturamento.
Retomada
“A Fiasul é uma empresa que veio do nada e ressurgiu das cinzas”, define Augusto José Sperotto. Pouco mais de dois anos depois do acidente, o industrial está confiante no futuro. Apesar das dificuldades, a companhia já retomou a produção de 40% na fábrica atingida e pretende voltar à capacidade total até o final de 2017.
As máquinas, bastante caras e importadas da Alemanha, vão chegando e sendo instaladas; a produção, que aproveita fibras oriundas do processo da fabricação de fios penteados, vai sendo retomada. Atualmente, quatro das nove máquinas que devem compor o parque industrial já estão em operação.
E Sperotto vê com bons olhos o futuro. Avaliando a realidade, ele acredita que o consumo está em crescimento e deve melhorar ainda mais. “A cada dois ou três anos vem uma crise e a empresa precisa estar estruturada e preparada para enfrentá-la. O momento que vejo agora é de uma perspectiva muito boa. Eu vejo um horizonte pela frente. É possível ver que o consumidor está disposto a consumir um pouco mais e está acreditando um pouco mais. Em abril ou maio do ano passado, no auge da crise, começaram as demissões e todos os consumidores se retraíram e pararam de comprar. Ocorreu uma crise de confiança das pessoas”, avalia.
Segundo o industrial, a superação do momento político também está ajudando na retomada. “Percebo que aos poucos essas algemas estão sendo abertas. O consumidor e o empresário estão voltando a acreditar. Essa insegurança na política nacional que nós vivemos até poucos dias repercutiu muito negativamente. Agora, também estamos virando a página com as eleições e temos um horizonte, pelo menos nos próximos dois anos de estabilidade. Para o ano que vem acredito que haverá uma retomada no crescimento, pode ser que não tenhamos um excelente índice para o nosso Produto Interno Bruto, mas com certeza teremos uma recuperação da economia, com números bem melhores que vivemos agora”, indica.
Fiasul
Para a Fiasul, Sperotto também afirma que 2017 será um ano de retomada 'antes do voo'. A empresa tem como meta retornar à capacidade total de produção, com a recuperação completa do parque industrial. Já o futuro é de alçar voos mais amplos. Está nos planos da empresa a verticalização e a produção de novos produtos. Passos firmes para a companhia que já tem na sua história os caminhos da superação.