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Empresários defendem medida de salvaguarda para setor

Lideranças consideram tímidas as ações do governo federal e propõem soluções para aumentar competitividade da indústria

clique para ampliar clique para ampliarFolha de pagamento onerosa para as empresas desencoraja novas contratações (Foto: Divulgação/Fiep)

O governo federal anunciou um pacote de medidas que prevê desonerações fiscais para incentivar a indústria nacional. O pacote foi estruturado a partir de reuniões com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com empresários do país a fim de equacionar as demandas do setor produtivo. Pelo programa, serão contemplados 15 setores, como têxtil, confecções, couro e calçados, móveis, plásticos, material elétrico, autopeças, ônibus, naval e aéreo, entre outros.

Os efeitos do anúncio já causam reflexos nas empresas do setor. Para Irit Czerny, proprietária da Lafort, o grande problema está na folha de pagamento, considerada onerosa para as empresas. "Os valores desencorajam contratações. O calculo sobre o faturamento me parece muito mais correto", disse. Irit julga a proposta de redução da folha como procedente. "O governo não deve administrar o dinheiro do empresário", aponta.

Salvaguarda - Já o diretor da Fiasul, Augusto José Sperotto, acredita que as medidas ainda são insuficientes. "A ação ainda é um pouco tímida. É necessário que o governo federal ouse. Precisamos de uma taxa para impedir a entrada dos produtos asiáticos", afirmou. Segundo ele, países como a China produzem com taxas de juros e custos muito menores e isso impede que o Brasil concorra em pé de igualdade.

A solução, para ele, está na adoção de uma medida de salvaguarda. "A contenção das importações é questão de vida ou morte. Nossos familiares estão perdendo o emprego e aumentar a taxação dos importados não resolve o problema. O Brasil está se autodestruindo e, finalmente, o governo começa a corrigir a situação, mesmo que em doses homeopáticas", assinala Sperotto.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, também defende a necessidade de reformas mais profundas no que se refere à entrada de produtos importados no Brasil. "É preciso fazer reformas definitivas, como a Tributária, Fiscal, Trabalhista e Previdenciária. Só assim a indústria brasileira será verdadeiramente competitiva", declarou.

Pacote - Entre as medidas anunciadas com o objetivo de aumentar a competitividade das indústrias, destaca-se a desoneração da folha de pagamentos para 11 setores, que vão se somar aos já contemplados anteriormente. Em relação à invasão de produtos importados no país, Mantega assumiu o compromisso de frear a entrada de importados. Para isso, ele aposta na aprovação de uma medida para acabar com a Guerra dos Portos, onde alguns Estados oferecem descontos de ICMS para a entrada de produtos estrangeiros.

O pacote anunciado pelo governo federal traz ainda outras iniciativas que pretendem estimular a atividade industrial no país. Entre elas, a desoneração de impostos e contribuições para investimentos em portos, ferrovias, galpões de armazenagem e sistemas de proteção ambiental. Indústrias dos setores mais afetados pela crise, entre eles o têxtil, também terão postergação para o pagamento de PIS e Cofins, com os prazos sendo adiados de abril ou maio para novembro ou dezembro.



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