Av. Cândido de Abreu, 200
Centro Cívico - CEP: 80530-902 - Curitiba/PR
(41) 3252-5369
A Fiep acaba de lançar a pesquisa de indicadores conjunturais de 2011 e os dados são alarmantes. O setor
têxtil ocupa a pior posição na variação acumulada das vendas industriais com relação
ao índice de 2010, com uma queda de 36,72% nas vendas do setor. Na sequência, vêm os setores de metalurgia
básica e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
No topo da lista está o vestuário,
com um aumento de 17,59%, seguido por produtos de metalurgia (exceto máquinas e equipamentos) e refino de petróleo
e produção de álcool. Em se tratando de compras, a queda do setor foi ainda pior, representando 20,02%,
e, em termos de empregos para o setor, a baixa foi de 13,54%, ficando acima apenas do setor de máquinas, aparelhos
e materiais elétricos.
Para o economista da Fiep Roberto Zurcher, essa colocação se deve principalmente
à concorrência internacional, especialmente dos países asiáticos. "Além da alta carga tributária,
o custo Brasil como um todo é um problema para os empresários", afirma.
Para o presidente do Sinditêxtil, Nelson Furman, os dados mostram a realidade nua e crua do que está acontecendo
no País. "Em 2011 tivemos o pior ano da história da indústria têxtil. Isso se deve principalmente
ao nosso maior inimigo, a China. Além das importações, muitas empresas têm migrado para a China
e para o Paraguai devido às facilidades oferecidas", afirma. "O governo brasileiro está vendo a indústria
nacional tomar proporções catastróficas e não toma providência alguma. É uma falência
anunciada e estamos praticamente de mãos atadas. A indústria têxtil no Brasil está na UTI e só
falta desligar o aparelho", disse.
Furman cobra providências e cita algumas possíveis soluções.
"Temos que tomar medidas protecionistas como fez Cristina Kirschner. Outras ações são coletar as mil
assinaturas para a Abit, solicitar autoridades do nosso governo a tirar os impostos para o setor durante pelo menos dois anos,
impor altas taxas sobre as importações asiáticas e alfândega rigorosa para a entrada de produtos
no País", conclui.
Paralisação - Segundo o presidente do Sinditêxtil, mais uma ação
está programada na tentativa de salvar o setor. Furman vai se unir ao esforço da Fiesp, que está debatendo
mobilizações e planeja uma paralisação de parte da indústria paulistana em protesto logo
após o Carnaval. Estão envolvidos empresários e líderes das centrais Força Sindical, representadas
por 420 mil metalúrgicos, 480 mil comerciários, 35 mil prestadores de serviços em software e processamento
de dados, 80 mil motoristas de ônibus, além dos trabalhadores nas indústrias têxtil e de confecções,
entre outros.