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LUCIANA DYNIEWICZ
O setor têxtil brasileiro calcula
que as exportações para a Argentina diminuirão 15% neste ano devido às medidas protecionistas
adotadas pelo país vizinho.
As empresas devem perder US$ 60 milhões caso o governo argentino continue protelando a emissão de licenças não automáticas, avalia o conselheiro da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) Alfredo Emílio Bonduki.
A Argentina é o principal destino das vendas externas do setor brasileiro. No ano passado, o país comprou US$ 400 milhões em mercadorias têxteis do Brasil.
As licenças prévias para o setor, que deveriam ser concedidas pelo governo argentino em 60 dias, estão demorando em torno de 150 dias.
O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau, Ulrich Kuhn, disse que as medidas protecionistas não são "uma novidade" e que, há pelo menos dois anos, a Argentina atrasa os licenciamentos.
O conselheiro da Abit afirma que o protecionismo no segmento têxtil vem desde 2005 -ano em que o Brasil começou a perder espaço no mercado argentino devido às barreiras comerciais.
Bonduki acredita que o país tenha deixado de exportar para a Argentina US$ 280 milhões por ano desde então. Tanto Bonduki como Kuhn dizem que o problema do atraso na concessão das licenças se acentuou em 2011.
Além do setor têxtil, os segmentos de calçados, de máquinas agrícolas, de alimentos e de eletrodomésticos sofrem com a demora na emissão dos documentos.
O conflito comercial entre os dois países se intensificou no início de maio, quando o Brasil colocou empecilhos à importação de automóveis como represália às restrições aos produtos brasileiros impostas pelos argentinos.