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A viagem da presidenta Dilma Rousseff à China trouxe como saldo positivo a disposição dos chineses em dar maior abertura a empresas brasileiras. Na avaliação da ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), a visita trouxe o reconhecimento de que o avanço da potência asiática é um dos motores do bom momento econômico brasileiro.
Trazendo à luz a realidade do setor têxtil, as importações representam apenas cerca de 5% do volume comercializados do varejo têxtil. Este índice é incapaz de trazer graves riscos ao crescimento dos fornecedores locais, como tem sido alardeado. Dados do relatório Comex - Conjuntura e Comércio Externo do Setor Têxtil e Confeccionista no Brasil, elaborado pelo Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) e agora divulgado pela ABVTEX, revelam que a produção de manufaturas têxteis cresceu 13,4% em fevereiro de 2011, enquanto que a produção de vestuário cresceu 11,2%. No início de 2011, comparando-se janeiro/fevereiro sobre janeiro/fevereiro de 2010, a produção de vestuário aumentou 9,6%. Se analisados os últimos 12 meses terminados em fevereiro, a produção de manufaturas têxteis cresceu 1,8% e a de vestuário 7,3%.
A despeito deste crescimento, o gap entre a expansão do varejo têxtil de grande superfície e a indústria de confecções é grande e preocupa o mercado. O varejo têxtil representado pela ABVTEX encerrou o ano de 2010 com um balanço positivo de 1.766 lojas em todo o País, com crescimento de 13,7% sobre as 1.553 lojas em 2009. O número de empregados em 2010 foi de 192.358, um crescimento de 8,8% em relação aos 176.856 empregados em 2009.
O consumidor brasileiro, mais exigente, busca nas grandes redes artigos diferenciados a preços acessíveis, independentemente do país de origem de fabricação. Portanto, a criação de barreiras às importações - tarifárias ou não - teria um efeito de reserva de mercado num setor que já possui um alto índice de nacionalização, segundo a ABVTEX.
Ainda segundo dados do relatório Comex, analisando-se o volume de importações do início do ano, os artigos confeccionados representam o menor volume. Do total de 358.140 toneladas importadas entre janeiro e março de 2011, apenas 48.582 toneladas referiam-se aos confeccionados, bem atrás das fibras (82.905 toneladas), filamentos (75.863 toneladas) e manufaturados têxteis (150.790 toneladas). Estes manufaturados incluem fios, tecidos e especialidades, importados pela indústria e não pelos varejistas.
Além de enxergar a Ásia como um parceiro em potencial e não como um inimigo a ser derrotado, a solução para o setor têxtil nacional, segundo os associados da ABVTEX, inclui medidas estruturais como a criação de mecanismos urgentes de apoio ao crescimento, mudanças na legislação trabalhista e tributária e capacitação da indústria nacional.