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As importações de máquinas e equipamentos para a indústria de confecção têxtil subiram 18% no primeiro bimestre de 2011. Os dados, fornecidos pelo Alice Web (Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet, serviço ligado ao Ministério do Desenvolvimento), apontam que, nos meses de janeiro e fevereiro, o valor dos equipamentos adquiridos no exterior atingiu o montante de US$ 66 milhões, ante US$ 56milhões registrados no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas para Costura Industrial, Componentes, Acessórios e Sistemas (Abramaco), o resultado é reflexo da expectativa de aquecimento do mercado e, por consequência, do consumo.
"O poder de compra da população aumentou e como roupas são mais baratas que aparelhos domésticos e automóveis há uma demanda por peças que são fabricadas pelas máquinas importadas", analisou a secretária executiva da associação, Lucineide Ferreira.
A estimativa total de faturamento do setor têxtil e de confecção para 2010 foi de US$ 52 bilhões, já para este ano a projeção de receita está prevista para aumentar em torno de US$ 2 bilhões.
Além de o Brasil não produzir equipamentos, com exceção das máquinas de costura de linha doméstica Singer, outro fator que estimula a vinda de produtos estrangeiros é a desvalorização do dólar.
Segundo consultor da Abramaco, Mário Jorge Frassali, o que também motiva os índices de importação de equipamentos é a tentativa de buscar alternativas para competir com a entrada de manufaturados chineses. "Com a vinda das roupas prontas de baixo custo da China, o País perdeu as vantagens internas que oferecia e abrimos o leque de opções de máquinas para investir em outros aspectos."
Frassali afirma que a saída encontrada para impedir o avanço completo do concorrente oriental foi a aposta em desenvolvimento de design e qualidades superiores. "O setor passou a adquirir impressoras de tinta a laser em pano, pregadoras de lantejoulas e outras máquinas que propiciam diferenciais e, portanto, incrementam a originalidade do produto."
O objetivo é criar peças e marcas que agreguem valor ao que é fabricado em território nacional e enquadrá-las em uma categoria mais valorizada que as roupas vindas da Ásia. A expectativa da associação é de que ainda haja um aumento indefinido de importações no Brasil após as feiras mais tradicionais de lançamentos de produtos realizadas na Europa.
Panorama
O setor de máquinas e equipamentos deve aproveitar a viagem da presidente Dilma Rousseff
à China, entre os dias 11 e 16 de abril, para convencer as autoridades brasileiras de que o governo precisa adotar
medidas firmes para coibir a "invasão" de produtos fabricados naquele país. A informação é
do presidente da Associação Brasileira da Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz
Aubert Neto
Ele destacou que, em janeiro e fevereiro deste ano, as importações de máquinas da China alcançaram US$ 656,69 milhões, alta de 63% ante as encomendas de US$ 402,70 milhões apuradas no primeiro bimestre do ano passado. "Teremos um vice-presidente da Abimaq que deve acompanhar a missão à China e esperamos que, nos contatos com ministros e outras autoridades, possamos mostrar que o volume de importações de máquinas daquele país é nocivo para a indústria nacional", afirmou.
De acordo com Aubert Neto, o avanço muito rápido das importações de máquinas e equipamentos chineses está "destruindo a estrutura industrial do País". Segundo ele, o déficit comercial do setor, de US$ 15,7 bilhões registrado no ano passado, deve dobrar e atingir US$ 30 bilhões neste ano.
"Esse é um quadro muito grave", disse, pois, segundo ele, as indústrias nacionais do setor dominavam 60% do faturamento do mercado em 2004, mas hoje já são minoritárias - detêm 40%.
O faturamento bruto mensal da indústria de bens de capital atingiu R$ 5,81 bilhões em fevereiro, o que representou um avanço de 12% sobre janeiro deste ano e 11,8% ante o resultado de fevereiro de 2010. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o faturamento no setor foi de R$ 11 bilhões no primeiro bimestre deste ano, o que significou expansão de 10,9% sobre 2010. Os segmentos que apresentaram desempenho positivo no bimestre foram: máquinas para trabalhar madeira, máquinas agrícolas, bombas, entre outras.