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Mecânicas devem se preparar para os carros elétricos

Produção de veículos limpos é realidade no Paraná e Fiep cria Câmara Temática do segmento

Com a crescente demanda por soluções ambientalmente corretas em todo o mundo, o setor de reparação de veículos precisa voltar suas atenções para uma tecnologia que deve começar a ocupar as ruas brasileiras nos próximos anos: os automóveis elétricos. E se você ainda pensa que os carros movidos com eletricidade e energia solar são "coisa do futuro", é bom ficar atento. Já existe até uma montadora que anunciou interesse em instalar uma fábrica na região de Campo Largo, a Oxxor, com produção 100% focada neste mercado, entre veículos leves, utilitários e vans.

As grandes montadoras não ficaram de fora. A Mercedes e a Ford contam, no Brasil, com modelos híbridos, que utilizam energia limpa e combustão. Outras duas montadoras, a Nissan e Mitsubishi, estudam a importação de automóveis que usam 100% de energia limpa. Grupos como Renault, Volkswagen e Chevrolet também investem pesado na tecnologia e já contam com opções que podem estar nas ruas em um futuro bastante próximo.

Produção local -

clique para ampliar clique para ampliarVeículo criado pela Itaipu/KWO (Foto: Divulgação)

No Paraná, dois projetos locais já saíram da prancheta e são realidade. O mais antigo deles é uma parceria da Itaipu e da KWO, empresa suíça com know-how nesta área. Desde 2004, a Itaipu produziu 54 carros, um caminhão e um ônibus movidos exclusivamente com energia elétrica, e um ônibus híbrido, que funciona com energia elétrica e etanol. Outra iniciativa, que pode estar disponível para a venda já em 2012, é o Pompeo, automóvel elétrico/solar desenvolvido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

É claro que as mudanças na produção de veículos não vão acontecer da noite para o dia. A indústria automobilística deve ter boa parte de sua produção focada em motores de combustão por vários anos. Isso porque ainda é preciso tornar os veículos à energia mais eficientes, com maior autonomia, e é necessário investir em toda a estrutura que envolve essa produção, como fornecedores de peças, pontos de abastecimento e redes de assistência mecânica. Porém, o mercado "limpo" começa a fazer parte da realidade mundial e, por isso, as empresas do setor de reparação que começarem a investir neste segmento desde o início podem ganhar um novo mercado.

Debates - Para incentivar o desenvolvimento dos meios de transporte mais limpos, a Fiep, por meio da sua Coordenação de Desenvolvimento e Fomento, lançou, no final de junho, em Curitiba, a Câmara Temática de Veículos Elétricos (CTVE). A ideia é fomentar a discussão sobre esta tecnologia, servindo como plataforma para o desenvolvimento de projetos e busca de soluções nesta área. Segundo Marcelo Alves, economista da Coordenação de Desenvolvimento da Fiep, responsável pelo acompanhamento da cadeia automotiva e coordenador executivo da CTVE, o objetivo desta iniciativa é disseminar e incentivar o desenvolvimento de projetos relacionados aos veículos elétricos no Paraná. "Trata-se de um espaço para a troca de informações e experiências. Vamos promover a interação entre empresas, universidades, centros de pesquisa e órgãos de Governo", afirma.

Na opinião de Celso de Novais, coordenador técnico da Itaipu e responsável pelo projeto do veículo elétrico, hoje, o motor elétrico é mais caro do que o convencional apenas por uma questão de escala, uma vez que para sua produção são necessários menos componentes. "Quando a indústria nacional passar a produzir este motor, ele deve ficar mais barato", diz. Para enfrentar esta situação, mais do que tecnologia, é preciso criar uma estrutura de mercado que viabilize a produção em larga escala. Neste sentido, a criação da CTVE é oportuna para sensibilizar o setor produtivo desta necessidade. "O Paraná tem grandes chances de ser o protagonista desta mudança (do motor a explosão para o motor elétrico), tanto pela experiência da Itaipu nesta área quanto pela iniciativa da Fiep de promover esta tecnologia", afirma Novais.

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