Rua Julio de Castilhos, 3465
Vila Industrial - CEP: 85904-175 - Toledo/PR
(45) 3379-6164 sindirepa-tdo@hotmail.com
Fatia das vendas externas na produção encolheu de 30,7%, em 2005, para 11,9%, no ano passado, segundo dados da Anfavea
Cleide Silva e Marcelo Rehder
Ao mesmo tempo que registra recorde de importação, as montadoras experimentam queda significativa nas exportações. Enquanto a participação das importações nas vendas nacionais saltou de 5,1% em 2005 para 21,7% em 2010, a fatia das exportações na produção encolheu de 30,7% para 11,9% no mesmo período.
O setor encerrou o ano com déficit de US$ 6 bilhões, o maior de sua história, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Este ano, o saldo negativo deve ser ainda maior. Só o setor de autopeças projeta déficit recorde de US$ 4,5 bilhões para este ano, US$ 1 bilhão a mais do que em 2010, segundo cálculos do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Além do câmbio, dos encargos trabalhistas, dos custos financeiros, da taxação dos investimentos e de problemas de logística, o conselheiro do Sindipeças, Américo Nesti, reclama que o governo brasileiro não fiscaliza com rigor o índice de peças nacionais e importadas nos automóveis produzidos no País. A falha ocorre mesmo nos produtos fabricados no Mercosul, cuja regra exige 60% de conteúdo regional.
O Sindipeças defende a revisão na classificação da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que identifica o número de peças importadas e sua origem. Pedido nesse sentido foi enviado ao governo há vários meses, sem resposta. "Esse setor me preocupa muito, pois a sobrevivência das empresas nacionais vai ficar complicada", diz a economista Tereza Fernandes, diretora da MB Associados.
Entre as marcas de importados sem fabricação local que mais crescem no País está a chinesa Chery, que vendeu 8 mil carros no primeiro semestre, oito vezes mais que em todo o ano de 2010. A marca começou a vender o compacto QQ por R$ 22.990, com itens como ar condicionado e airbag. O Fiat Mille custa R$ 23.220, sem esses componentes.
Diante do sucesso dessas marcas, assim como da também chinesa JAC e da coreana Kia, além dos modelos de alto luxo com preços acima de R$ 100 mil, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) reviu ontem de 165 mil para 185 mil unidades a projeção de vendas das associadas para este ano.