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Carros já estão emitindo menos CO2, na Europa
A Agência Europeia do Ambiente divulgou esta semana um balanço sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) dos veículos particulares no continente. Em 2010, houve uma queda de cerca de 4% em relação ao ano anterior. Em média, cada carro emitiu 140 gramas de CO2 por quilômetro rodado. A meta para 2015 é de uma emissão média de 130 gramas de CO2 por km, o que deve ser alcançado antes do prazo previsto.
Enquanto isso, no Brasil, não há sequer um índice parecido com esse. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alega que a forma como calculamos emissões por aqui e a diferença no combustível impediriam as comparações. Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente propôs a criação de um selo verde para veículos, parecido com o selo Procel, mas esbarrou nas mesmas alegações.
A subsecretária de Economia Verde do Rio, Suzana Kahn, especialista no assunto, diz que a qualidade dos combustíveis e dos motores vem melhorando no Brasil e a tendência é termos índices mais próximos dos europeus. Para ela, o maior problema está na idade da frota. Calcula-se que 35% das emissões nas grandes cidades vêm do transporte rodoviário. Carros particulares, em especial os mais velhos, respondem por 70% desse índice. Só no Rio, 30% dos cinco milhões de carros têm mais de 20 anos.
Suzana lembra que em alguns países da Europa os proprietários de carros mais antigos recebem um bônus do governo para incentivar a troca por um novo. Em Lisboa, desde o início de julho, veículos fabricados até 92 estão proibidos de circular em áreas com altos índices de poluição. No Brasil não há incentivo à reciclagem nem áreas restritas ao trânsito destes automóveis. Eles poluem mais, enguiçam com mais facilidade, pagam um IPVA menor e nem sempre são vistos nas inspeções veiculares obrigatórias.