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Mulher compra mais motos e fabricantes adaptam os modelos

04 de outubro de 2011

Motoqueiras querem motos com poucas cilindradas, câmbio automático e lugar para guardar a bolsa

Eduardo Laguna

Hoje, uma em cada quatro motocicletas vendidas no país é comprada por mulheres e a indústria está tentando, cada vez mais, capturar esse público com produtos adaptados e equipados ao gosto feminino.

A preferência delas são por modelos mais leves e de baixa cilindrada, sem grande complexidade no modo de pilotar, o que ajuda a explicar o sucesso de motonetas das categorias "scooter" e "Cub", que respondem por 19,13% do mercado duas rodas.

Ágeis e econômicos, esses veículos se tornaram a solução de custo mais acessível às necessidades de deslocamento surgidas com a ascensão das mulheres no mercado de trabalho. "Nas grandes cidades, o trânsito está cada vez pior. Por outro lado, as mulheres ocuparam seu espaço no mercado de trabalho e precisam se deslocar", diz Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo, associação que representa as montadoras de motos instaladas no país.

Levantamento inédito da entidade mostra que 25% dos consumidores de motocicletas são mulheres, com predominância do público entre 21 e 30 anos. Esse grupo representa 45% das condutoras desse veículo habilitadas no Brasil.

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Abraciclo diz que 25% dos consumidores de motos são mulheres, com predominância entre 21 e 30 anos

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De olho nesse mercado, as montadoras pensam cada vez mais nas mulheres na hora de lançar um produto. Cores opcionais a tons mais neutros são alguns dos atrativos, que se estendem a produtos como capacetes e coletes.
Compartimentos para bolsas, troca automática de câmbio e a possibilidade de conduzir o veículo com as duas pernas para frente - o que permite o uso de saia - também são vantagens citadas por gerentes de venda na hora de oferecer motos como "scooters" ao público feminino.

"Em geral, as mulheres querem uma moto que seja fácil de usar e que não dê grande manutenção", avalia Claudio Rosa, sócio da chinesa Zongshen na fabricação de motos da marca Kasinski no Brasil. Segundo ele, modelos mais voltados ao público feminino são responsáveis por 40% das vendas da empresa.

"Nos últimos anos, as motos foram mais adaptadas ao estilo de pilotagem da mulher", acrescenta Roberto Akiyama, diretor comercial da Honda e presidente da Abraciclo, que participou ontem da apresentação à imprensa do Salão Duas Rodas - evento da indústria de motocicletas que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, zona norte da capital paulista, até domingo.

Alguns fabricantes estão investindo mais tempo e dinheiro para entender o que as mulheres desejam e começam, aos poucos, a mudar uma indústria mais orientada ao consumidor masculino. Antes de lançar um modelo customizado de sua "scooter", a Dafra fez uma pesquisa para ver as preferências de suas clientes.
"Metade dos compradores de nossas 'scooters' são mulheres, que querem se diferenciar. Por que oferecer 'scooters' apenas nas cores preta ou vermelha?", afirma Creso Franco, presidente da montadora.

A Yamaha também avalia adaptações de suas linhas para atrair as consumidoras. "Trabalhamos em busca de produtos com características mais adequadas às mulheres. Vamos trazer algumas surpresas em breve", adianta Mário Martins Rocha, diretor comercial da montadora, segunda maior no mercado brasileiro, atrás apenas da Honda.

 

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