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"Crise é momento díficil, mas é preciso se preparar para a retomada"

Confira a entrevista com o presidente do Sindimetal Campo Mourão, Fernando Mizote, que comenta os principais fatos que ocorreram no ano que está terminando

clique para ampliarFernando Mizote, presidente do Sindimetal Campo Mourão (Foto: Agência Fiep)

A crise econômica tem trazido dores de cabeça para os industriais. Apesar do momento difícil, é hora de tornar a empresa mais eficiente e competitiva e inovar para poder crescer no momento de retomada. A opinião é do presidente do Sindimetal Campo Mourão, Fernando Mizote, que concedeu entrevista ao Boletim da Indústria. Ele avalia as ocorrências e fala sobre o cenário e medidas que podem ser tomadas para minimizar os prejuízos. Confira a seguir:

Boletim da Indústria - Como o senhor avalia o cenário econômico deste ano para o setor metalmecânico?

Fernando Mizote - O cenário realmente não está fácil. Temos uma retração do mercado geral, agravada por uma crise de crédito, na qual quase não há linhas de financiamento para aquisição de bens e investimentos e quem tem dívidas está arcando com custos mais altos. Quem estava estruturado, com baixo endividamento, está passando este período com mais tranquilidade, mas aqueles que necessitavam de um faturamento alto para quitar débitos estão com dificuldades e não há perspectiva para um retorno imediato do crescimento. Observamos que a maioria tem realizado uma adequação nos custos fixos, o que passa pela redução no quadro de funcionários, gerando uma série de demissões. Temos empresas que reduziram até 50% do quadro e poderiam demitir ainda mais, mas estão bancando para não perderem os profissionais.

O dólar passou por uma valorização importante durante 2015. Para o setor quais foram os impactos e as oportunidades?

São poucas empresas do setor em Campo Mourão que exportam então, no geral, foi negativo esse aumento do dólar. De uma forma geral significou aumento de custos, para quem usa matéria-prima importada de forma mais direta e mesmo para quem não usa, de forma indireta, com o aumento da inflação. Mesmo para quem exporta, essa não é uma fatia muito grande do mercado e ainda há a questão da competitividade externa que pressiona os preços para baixo, reduzindo a lucratividade.

Quais foram as iniciativas do setor para escapar da crise?

Para a maioria das empresas o custo maior está relacionado à compra de matéria-prima. Como as vendas estão reduzidas, as empresas buscaram ajustar seus estoques e reduzir os custos fixos, enxugando os quadros. De uma forma geral, neste momento, as indústrias têm também investido no desenvolvimento de novos produtos. Isso significa que quando o mercado começar a voltar as empresas deverão oferecer uma série de produtos inovadores no mercado.

O Sindimetal tem uma preocupação constante com a inovação e com a qualificação. Que ações o sindicato planeja para o próximo ano?

Eu sou bem entusiasta do empreendedorismo, do fazer diferente e inovar. E acredito que de uma forma geral o empresário brasileiro é amador. Ele é um profissional que aprendeu a fazer, tem sucesso por saber fazer, entretanto, ele não é um gestor e isso coloca muitas empresas em dificuldade. Há muita gente, principalmente os pequenos, que acham que se qualificar não é para eles. Então esse é um paradigma que estamos tentando quebrar internamente com diversas ações com foco nas empresas de menor porte. Como empresário isso ocorreu na minha trajetória Cada vez que eu me qualificava, enxergava um nicho diferente, um aspecto no qual melhorar. A qualificação é que faz o empresário enxergar aonde ele pode dar um salto com a empresa, ser mais eficiente e competitivo.

Como mudanças no cenário político podem impactar o setor?

Elas têm um efeito muito mais psicológico do que prático. Mas está claro que as ações políticas precisam mudar e é preciso reduzir o tamanho do Estado. É uma instituição inchada, morosa e muito cara, além de ineficiente. É preciso reduzir a carga tributária para que a população tenha condições de adquirir serviços que o governo tenta prestar de forma deficiente. E essa ideia começa a ganhar cada vez mais espaço porque o modelo atual não está bom e tem trazido prejuízos para todos.

Quais as perspectivas para a economia no próximo ano?

As empresas não estão muito otimistas. Alguns acreditam que irá piorar e alguns acham que talvez haja alguma mudança positiva no segundo semestre do ano que vem. De uma forma geral, os mais otimistas são aqueles que estão sobrevivendo e que sabem que quando o mercado voltar haverá uma demanda reprimida, mas nem todas estão conseguindo sobreviver e o mercado voltará concentrado.

Qual mensagem o senhor enviaria aos associados do Sindimetal neste momento?

Que as empresas trabalhem, se capacitem e aproveitem o momento de baixa produção e pouca atividade para parar, refletir e repensar como a empresa está trabalhando. Analisar se ela está sendo eficiente e realizar os ajustes necessários, seja na estratégia, na gestão, na política comercial ou na melhoria da eficiência nos processos internos, para se preparar para quando o mercado ganhar força de novo e aí a chance de sucesso será muito maior.

E isso vale principalmente para as empresas de menor porte. É nesse momento de crise que as empresas se nivelam. As grandes têm um custo fixo elevado e acabam se endividando mais e indo mais para baixo. As pequenas não têm um custo tão elevado e conseguem passar melhor. Então, quando o mercado retorna, as pequenas têm condições de crescer em um ritmo maior e se igualar a concorrentes maiores.  

Um 2016 repleto de oportunidades e realizaçõesConvenção Coletiva de Trabalho referente ao regime 2015/2016 está concluída