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A perda de bons funcionários, um dos grandes temores dos empresários, gera problemas imediatos. A queda de produtividade e a lentidão no ritmo de trabalho se tornam iminentes, enquanto se gasta tempo no treinamento de novos profissionais. Diante disso, as empresas precisam estar atentas para criar formas de diminuir a rotatividade de seus colaboradores.
Não basta apenas aumentar os salários. Há outros benefícios que podem fazer a diferença, aponta Daviane Chemin, gerente corporativa de Recursos Humanos da Fiep e presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Paraná (ABRH-PR). “Os bons profissionais estão em busca de ambientes de trabalho saudáveis, respeitosos e desafiadores, onde tenham prazer em contribuir”, ressalta Daviane. Na entrevista a seguir, ela fala mais sobre os impactos da alta rotatividade e sobre a importância de valorizar os talentos dentro das empresas.
Boletim da Indústria - Quais são os maiores prejuízos provocados pela súbita perda de capital humano nas empresas?
Daviane - Quando perdemos pessoas que, de fato, fazem a diferença em nossos negócios, entregando resultados
reconhecidamente expressivos, nossas empresas são prejudicadas em diversas dimensões. Há um impacto no
aumento de custos e no clima organizacional, chegando muitas vezes no desgaste da imagem corporativa.
Toda vez que um
colaborador preparado deixa uma organização, perde-se inteligência competitiva, altera-se por vezes o
ritmo dos negócios e a empresa pode ficar vulnerável.
O custo de uma nova contratação e o investimento necessário para capacitar um novo funcionário para o exercício pleno de novas atividades são alguns dos impactos mais evidentes e tangíveis. Adicione-se a este fator a dificuldade de encontrar pessoas no mercado de trabalho que estejam não só preparadas, mas que também se identifiquem com a dinâmica e os valores organizacionais.
Uma corporação que tem alta rotatividade coloca em risco a credibilidade em relação ao seu ambiente de trabalho e esta realidade impacta diretamente na marca e na imagem da instituição. Como consequência direta, haverá dificuldade, inclusive, para atrair novos profissionais qualificados.
Numa realidade de “emprego em alta”, as pessoas podem escolher o lugar onde querem trabalhar e permanecer. Não há outro jeito: ou cuidamos dos negócios e do desenvolvimento das pessoas de maneira próxima, ou não sobreviveremos enquanto organização.
Quais são as principais maneiras de cativar os bons funcionários? Quais ações podem ser implementadas para que eles não deixem a empresa a qualquer momento?
O cenário atual chamado de “pleno emprego” convive com um mercado carente de profissionais diferenciados em termos de qualificação. Nesta perspectiva, atrair profissionais excelentes exige das empresas mais do que um vantajoso programa de remuneração e benefícios, que sem dúvida, têm sua importância.
Os bons profissionais estão em busca de ambientes de trabalho saudáveis, respeitosos e desafiadores, onde tenham prazer em contribuir. Buscam pelo reconhecimento de seus resultados e também pelas possibilidades em trilhar novos e prósperos caminhos na sua trajetória profissional. Aprender também faz parte do jogo. E empresas que oferecem oportunidades constantes de desenvolvimento e atualização estão na frente quando se fala em competitividade em gestão de pessoas.
Cada vez mais, o bom profissional - aquele que, além de entregar resultados expressivos, age com ética, integridade e comprometimento - precisa ser cativado. Mas quando encontra este ambiente numa empresa, cativa a organização, retornando os investimentos em resultados, ao mesmo tempo em que se realiza enquanto profissional. Ou seja, os ganhos são recíprocos.
Para conter a perda de capital humano, o sistema Fiep pode oferecer algum preparo aos empresários?
Uma boa parte das ações das entidades do Sistema Fiep está centrada na educação e no
desenvolvimento de pessoas em todos os níveis: do aluno que será o futuro profissional da indústria paranaense,
a gestores e empresários que desejam aprimorar as suas habilidades em gestão. Estamos falando em inovação
em gestão de pessoas e, sem dúvida, empresários preparados nesta competência podem conferir patrocínio
nas ações necessárias para, não só atrair, mas reter os seus talentos.
Nossas entidades
possuem o know-how necessário para apoiar o empresariado paranaense neste desafio. Temos, inclusive, a Escola
de Gestão da Indústria, que tem como princípio preparar executivos para gerir pessoas
e negócios.