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Siderurgia: Maior produtora mundial de aço avalia condições de mercado antes de aprovar novos projetos
Eduardo Laguna e Ivo Ribeiro
O engenheiro metalúrgico Jefferson De Paula, fluminense nascido em Volta Redonda, foi escalado para comandar as operações de aços longos da Arcelor Mittal nas Américas em um momento de inflexão das expectativas no setor siderúrgico.
Seu maior desafio será integrar os negócios na região em meio a um cenário de excesso na oferta de aço no mundo, combinado à ameaça de um novo ciclo contracionista em economias desenvolvidas, com destaque para os EUA.
No Brasil, as ameaças residem, sobretudo, na dificuldade para exportar, no menor ritmo de crescimento da economia e na competição com o aço importado - seja pela via direta seja pelas importações de produtos com forte conteúdo siderúrgico.
A divisão de De Paula traçou para o Brasil investimentos de US$ 2 bilhões dentro de um planejamento estratégico para o período de 2010 a 2015. Mas, o novo cenário pode comprometer esse pacote, que representa dois terços do total na sua área de atuação.
Entre os projetos em aços longos, o único garantido até agora é a duplicação - para 2,4 milhões de toneladas em aço bruto - da capacidade da usina de João Monlevade (MG), com desembolsos estimados em US$ 1,2 bilhão.
Em mercados de menor expansão da demanda, como o dos EUA, o foco será em inovação e ganho de produtividade
Os US$ 800 milhões restantes dependerão do comportamento da economia brasileira e do consumo de aço no país, cujas expectativas se mostram menos otimistas em relação a um ano atrás. De Paula conta que a siderúrgica traçou o plano estratégico lastreado em um crescimento médio anual de demanda entre 7% e 8%, mas, pelo menos neste ano, o avanço do consumo deverá ser inferior, ficando da faixa de 4% a 5%.
No projeto de expansão da usina Monlevade, a ArcelorMittal já encomendou equipamentos e passa a trabalhar agora na contração da montagem. O objetivo é finalizar as obras em outubro de 2012.
No negócio de aços longos, Monlevade é o principal empreendimento em curso no país e inclui, além de um novo alto-forno, a instalação de um terceiro laminador para expandir a produção anual de fio-máquina: dos atuais 1,15 milhão de toneladas para 2,3 milhões de toneladas. Ao todo, devem ser investidos ao redor de US$ 500 milhões neste ano e mais US$ 800 milhões em 2012.
Esse projeto foi colocado como prioridade no grupo por sua vantagem competitiva, dado que terá 100% de suprimento próprio de minério de ferro, extraído na mina do Andrade, a 11 quilômetros da usina siderúrgica.