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Indicador que capta o sentimento dos trabalhadores tem elevação de 0,2%. Tendência é de piora
VICTOR MARTINS
O agravamento da crise nos Estados Unidos e na Europa começa a afetar a confiança do brasileiro. Segundo uma sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o medo de perder o emprego cresceu 0,2% e a perspectiva dos especialistas é que esse temor aumente. Principalmente entre os situados nos dois extremos da pirâmide social. De um lado, os que ganham mais, instalados nos postos de empresas exportadoras, de mineração, metalurgia e siderurgia, da indústria automobilística e da área financeira. Do outro, trabalhadores com rendimentos de até dois salários mínimos, que também se beneficiaram da expansão econômica dos últimos anos.
"A crise ainda deve demorar para aparecer mais intensamente nos indicadores de emprego porque é muito caro demitir e depois ter de recontratar. Os industriais ainda estão observando, mas a tendência nesse indicador de medo do desemprego é de elevação", explicou Marcelo Azevedo, economista da CNI.
Segundo a última previsão do setor para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país), o crescimento do Brasil em 2011 vai chegar a 3,8%. Entretanto, até o início de outubro, o número deve ser revisado para baixo, principalmente com a possibilidade de uma desaceleração global. "O quadro de desaceleração já está ocorrendo. Estamos voltando para um crescimento mais equilibrado, que gere menos inflação", argumentou Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.
ANALISTAS VÊEM PIB MAIS FRACO
Pela segunda semana seguida, a projeção do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) encolheu no Boletim Focus, levantamento em que o Banco Central ouve cerca de 100 analistas. Com as perspectivas de que a maior economia do planeta, a dos Estados Unidos, cresça em um ritmo mais lento, os especialistas calculam que o Brasil será afetado. Ontem, a estimativa caiu de 3,94% para 3,93%. A aposta sobre a inflação diminuiu de 6,28% para 6,26% em 2011 e de 5,27% para 5,23% em 2012. A tendência, segundo economistas, é de que a trajetória continue nas próximas avaliações. Especialistas culparam a crise da dívida pública que abala EUA e Europa, além da crescente possibilidade de uma desaceleração global mais severa.