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Consolidação em siderurgia deve crescer até 25% em 2011

15 de março de 2011

As transações de fusões e aquisições no setor de siderurgia devem subir entre 15 e 25 por cento em 2011, após somarem 10,7 bilhões de dólares no ano passado, segundo previsão da consultoria PwC.

A empresa divulgou nesta terça-feira levantamento "Metals Deals" em que traça um panorama mais favorável para consolidação este ano, mas ainda longe do forte nível registrado em 2007 e 2008.

"Em 2011, creio que veremos um valor maior que em 2010 (para transações de fusões e aquisições), se aproximando do número de 2008", afirmou o líder global de metalurgia da PwC, Jim Forbes, a jornalistas.

Segundo ele, incluindo negócios na área de mineração que fazem parte da cadeia de metalurgia, o valor das transações registradas em 2010 foi de 27 bilhões de dólares, um avanço de 78 por cento sobre o saldo do ano anterior. "Acho que em 2011 veremos um valor maior (que em 2010). Já saímos da depressão econômica e as empresas estão olhando para o futuro, assegurando matérias-primas", afirmou Forbes.

"Com finanças em ordem e maior estabilidade econômica, muitas empresas avaliam que é a hora certa para realizar transações para fazer frente ao cenário de consolidação, assegurar suprimento de matérias-primas e ampliar a presença em mercados em crescimento", diz a PwC no levantamento.

Em 2008, o valor das operações de consolidação na indústria de metalurgia somou 60,6 bilhões de dólares, após 144,7 bilhões em 2007, segundo a PwC.

Em 2010, a América do Sul respondeu por 5,8 bilhões de dólares dos 27 bilhões apurados no mundo, crescimento de 18,3 por cento, sendo que o Brasil teve participação de 4,8 bilhões de dólares neste montante.

Mas Forbes afirmou que, na área de siderurgia, o Brasil apresenta uma "concentração de mercado e lucratividade boas. O Brasil não é fragmentado, não pensaria que fusão seria prioridade para alguém no Brasil", minimizando rumores do mercado em torno de uma associação da Usiminas com Gerdau ou Companhia Siderúrgica Nacional.

Quadro diferente vive a China, "que está pelo menos 10 anos atrasada" em termos de consolidação de seu mercado produtor de aço, com centenas de pequenas usinas disputando mercado e matérias-primas.

"No Brasil, o crescimento do setor de siderurgia vai ser mais orgânico, com planos de expansão focados no mercado nacional. O crescimento vai passar mais por novas expansões (de capacidade) que via aquisições", disse Ronaldo Valinno, líder da área de mineração e siderurgia no Brasil da PwC.

ACORDOS
De acordo com o levantamento da consultoria, em 2010, a maior transação concluída na indústria de siderurgia e mineração foi a compra da trading Daewoo International pela siderúrgica sul-coreana Posco, por 2,833 bilhões de dólares.

Na segunda posição ficou a compra de participação majoritária na BSG Resources pela Vale, na Guiné, por 2,5 bilhões de dólares. Em terceiro, a consultoria cita a parceria da Usiminas com a Sumitomo Corp na área de produção de minério de ferro, por 1,93 bilhão de dólares.

O ano passado também teve acordos que ficaram pendentes, como a venda dos ativos de alumínio da Vale para a norueguesa Norsk Hydro, por 4,9 bilhões de dólares. A operação, anunciada em maio, foi concluída no mês passado.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

 

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