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Reduzir os custos e o tempo de produção, ampliando a produtividade, está entre os objetivos de todas as indústrias e nem sempre é algo fácil de conseguir. No entanto, uma metodologia inovadora vem sendo apresentada ao setor produtivo paranaense. É a Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing), que gera resultados significativos sem a necessidade de investimento em maquinário ou tecnologias.
A metodologia foi tema de edital lançado pela Fiep, por meio do Programa de Melhoria da Competitividade Industrial, utilizando consultorias do Senai no Paraná. “O programa tem o objetivo de melhorar a capacidade de competitividade da indústria e, para isto, lançamos uma série de ações e projetos. Com a Manufatura Enxuta, a ideia é de que a indústria consiga ajustar ou melhorar seus processos, mas levando em consideração os investimentos já feitos pela empresa”, comenta o Superintendente da Fiep, Reinaldo Tockus.
De acordo com o consultor do Senai, Ermisson da Silva Rodrigues, a Manufatura Enxuta surgiu nas indústrias automotivas orientais na década de 1970 e ficou conhecida também como o método Toyota de produção. Trazida e adaptada à realidade brasileira, a metodologia foi ainda ampliada e aliada a outras técnicas para maximizar a produção gastando menos.
Rodrigues explica que um dos principais pilares da Manufatura Enxuta é a redução do desperdício, não só de recursos e matérias-primas, mas também de tempo e força de trabalho. Para tanto, os especialistas realizam nas primeiras horas de consultoria um diagnóstico sobre a área principal da empresa chamado “mapa de fluxos de valor”, que mostra todo o caminho percorrido desde o fornecimento até a entrega ao cliente do produto. “Neste momento conseguimos identificar onde e porque existem gargalos na produção”, salienta.
Com base nos resultados, em conjunto com os gestores da empresa, são estudadas as soluções para o aproveitamento máximo da produção. “Um dos fatores importantes é que a metodologia da manufatura enxuta preconiza que não é necessário um grande investimento. Desta forma, as soluções são buscadas com base nas ferramentas já disponíveis na empresa”, afirma.
O consultor conta que muitas vezes há um ganho grande de produtividade com ajustes nas demandas e prazos junto aos fornecedores, nas etapas de produção, no layout da fábrica e até mesmo no processo produtivo, realocando as forças de trabalho. O objetivo é que a empresa trabalhe com o estoque adequado para que não tenha matérias-primas ou produtos acabados parados na empresa. Da mesma forma, a demanda e produção devem estar distribuídas, evitando horas extras.
Resultados
Quem sentiu esse resultado na prática foi a GriffeCompany, que recebeu a consultoria subsidiada por meio do edital Lean Express, do Programa de Melhoria da Competitividade Industrial da Fiep. O programa foi lançado em julho de 2015 para atender empresas de todos os portes, subsidiando parte do valor da consultoria.
O diretor-proprietário da Griffe, Luciano Ferreira Rocha, lembra que a companhia havia implantado a metodologia em 2014 e contou com a consultoria do Senai nos dois últimos anos para atingir os resultados. Rocha revela que as mudanças foram profundas com a implantação do sistema. “Mudou tudo. Transformamos a empresa melhorando a produtividade, o controle e transparência no processo. Tudo o que lean [manufacturing] promete foi conseguido aqui na Griffe. Aumentamos nossa produtividade em, no mínimo, 20%. Conseguimos ainda passar a atender uma demanda dos clientes que antes não tínhamos condições. Pudemos atender melhor, em menos tempo e com mais qualidade, mantendo a mesma equipe”, disse.
Um ótimo resultado também foi percebido pela Cris Bonés, que foi beneficiada pelo edital do Programa de Melhoria da Competitividade da Fiep e conseguiu aumentar a produtividade em 30%, segundo conta a proprietária Cristiane Lopes. Ela diz que buscou a metodologia para reduzir os desperdícios e retrabalhos que aconteciam na empresa e ficou satisfeita com o resultado.
Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail competitividade@fiepr.org.br.