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A geração própria de energia pode trazer vantagens para as indústrias. Dependendo do perfil da atividade e de seu consumo, esta alternativa contribui na composição do uso de energia dentro de uma empresa, otimizando os recursos e ainda diminuindo os gastos.
Cada indústria deve avaliar esta possibilidade e de que forma esta alternativa pode contribuir para a produção. De acordo com o secretário executivo do Conselho de Infraestrutura da Fiep, João Arthur Mohr, antes de partir para a geração própria, o industrial deve pensar em eficiência energética. Ele lembra que a indústria precisa estudar seu consumo de energia e verificar o que pode fazer para produzir o mesmo com menos energia.
Entre estas medidas estão a troca por lâmpadas mais eficientes, a verificação dos motores das máquinas (se são antigos, ineficientes ou se suas potências estão adequadas para o tamanho da produção), análise do processo produtivo perante o consumo de energia e a avaliação da conta de energia elétrica. O Senai Paraná oferece consultoria em eficiência energética aos industriais paranaenses.
A partir da composição destes dados e a adoção de medidas específicas de eficiência energética, a indústria pode estudar a geração própria de energia. Isto pode acontecer por diferentes formas: utilização de geradores a óleos combustíveis ou a gás, que podem ser ligados durante o horário de pico, quando o custo da energia elétrica é maior; a utilização de resíduos do processo produtivo para este fim, como na alimentação de caldeiras; ou ainda a instalação de painéis fotovoltaicos para a captação de energia solar.
“Já existem projetos de geração distribuída com instalação de painéis fotovoltaicos nos quais uma indústria aproveita a sua cobertura e/ou áreas livres para a captação da energia solar para gerar energia”, explica Mohr.
Outra opção é a associação a uma pequena central hidrelétrica ou a outro tipo de gerador de energia, para geração própria no local ou para que esta energia gerada entre no sistema nacional de transmissão. Com isto, há compensação no consumo da indústria.
Para tudo isto, é necessário investimento. As indústrias podem procurar algumas fontes, como linhas de financiamento. A Fiep realizou, no ano passado, uma parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para uma linha de crédito especificamente para projetos de eficiência energética. Também há edital de apoio do Senai para recursos a fundo perdido.
Iniciativas
Para mostrar às indústrias que é possível adotar a geração própria e ainda com uma fonte de energia renovável, a Fiep vai desenvolver ainda neste ano um projeto para a instalação de painéis fotovoltaicos no prédio principal do Campus da Indústria. Parte dos estacionamentos do local será coberto e também receberá painéis. Este será o maior projeto nesta linha no Paraná.
Paralelamente, a Fiep está se articulando para que o Paraná faça adesão ao convênio 16/2015 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o que pode ajudar as indústrias que geram a própria energia. Este convênio permite que o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja aplicado apenas na diferença entre consumo e geração própria de energia. Onze estados brasileiros já aderiram à medida.
Por exemplo: uma empresa tem uma conta de luz de R$ 1.000, mas entrega para o sistema de distribuição de energia o equivalente a R$ 400. Ela teria, então, uma conta de R$ 600. Nos estados que já aplicam os termos do convênio do Confaz, o ICMS é aplicado apenas em cima dos R$ 600. No Paraná, o ICMS incide sobre o valor de R$ 1.000.
“Atualmente, para a indústria, ainda vale a pena pensar em geração própria de energia, apesar desta questão do ICMS. Ela ainda vai economizar. No entanto, o pay back do investimento feito se dará em mais tempo na comparação com os outros estados”, comenta Mohr. De acordo com ele, há um parecer contrário da Secretaria de Estado da Fazenda para esta medida. Um projeto de lei sobre o tema também está tramitando na Assembleia Legislativa.