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A sétima edição do Congresso Nacional Moveleiro, realizado nos dias 14 e 15 de setembro, reuniu industriais do setor de diferentes regiões do país. Todos estavam interessados em debater o tema do evento: “Repense a Forma e Reinvente o mercado”. O congresso atraiu mais de mil pessoas. E 90% delas avaliaram o evento como bom ou ótimo, conforme dados divulgados preliminarmente pela Fiep sobre o balanço da realização do congresso.
O momento pelo qual passa o setor moveleiro leva as empresas a analisarem seus modelos de negócios e a pensarem intensivamente em inovação. A programação do congresso teve seu foco neste sentido.
O presidente do Sindimadmov, Giovani Bortolotti, acompanhou a programação do Congresso Moveleiro e enfatizou este conceito."Todas as empresas estão no mesmo caminho, com a redução de custos, reinvenção do chão de fábrica, com as tentativas de atingir o cliente e o consumidor de uma maneira diferente. É preciso olhar para dentro e fazer o dever de casa. É preciso fugir da crise e procurar soluções", salienta. Para Bortolotti, a inovação é o principal caminho para as indústrias do setor. "Não adianta fazer mais do mesmo", comenta.
Além do presidente do Sindimadmov, associados do sindicato também assistiram a palestras e participaram dos encontros de negócios.
Palestras
Uma das palestras mais concorridas foi a do diretor do IEMI - Inteligência de Mercado -, Marcelo Prado. Especialista no setor moveleiro, o consultor apresentou dados do segmento e sua relação com a conjuntura econômica brasileira. Ele acredita que o país ainda precisará de alguns anos para sair da atual situação econômica em que se encontra.
De acordo com ele, ainda será um período difícil para o setor moveleiro. “A expectativa de crescimento para esse ano não é positiva. Pelo contrário. Estamos esperando por uma queda de 8 a 6% e, no próximo ano, se for retomada, será em torno de 1,5% em relação a 2016”, disse.
Prado ressaltou que as empresas precisam também agir e provocar esse crescimento. “Os números vão melhorar naturalmente, mas o mercado não vai entregar crescimento. Você tem que conquistar este crescimento por si mesmo e ocupar fatias do mercado. Aí está o desafio”, avaliou. Para o especialista, a inovação seria um dos caminhos para vencer esta missão. “As empresas têm que buscar a inovação, diferenciais de produtos, canais que agregam mais valor”, afirmou.
Durante sua palestra, Prado também comentou o processo de exportação e a queda do Brasil no ranking mundial, de 12º para o 32º lugar entre os mercados exportadores. Para reverter isso, avalia Prado, as indústrias terão que usar criatividade e apostar na brasilidade dos produtos. “A nossa exportação não vai crescer por osmose só porque o câmbio se elevou um pouco. Ele ainda não está num patamar que nos permita dizer que somos plenamente competitivos”, avalia.
Mas, com criatividade, segundo Prado, será possível ter este crescimento. “O mercado é enorme e devemos buscar uma nova estratégia, um modelo com diferenciais de produtos, usar nossa capacidade de criação e colocar uma brasilidade com o foco no produto para então se voltar para o mercado externo. Mas isso ainda levará um tempo”, considerou.
Consumidor e suas experiências
A busca por soluções que impactam no mobiliário foi o tema de uma mesa redonda que reuniu a arquiteta e designer Katalin Stammer, a designer Claudia Lens e a diretora do Centro Brasil Design, Ana Brum, além de Hugo Costa Gripa, especialista em Design de Móveis do Senai Rio de Janeiro. Eles comentaram sobre a necessidade de lembrar que o foco do mercado está no consumidor e nas experiências que ele vive ou deseja viver.
“O consumidor tem mais informação e mais poder de decisão. Isto gerou novos comportamentos de consumo, não apenas no nosso setor. São os casos do Airbnb e a Uber. Ou ainda de espaços como o coworking, cohousing e living office. Já passamos pela era da necessidade e pela do desejo. Estamos na era da experiência, com foco no usuário”, destacou Gripa.
Para Katalin, o profissional e empresário do setor moveleiro deve ainda lembrar que a redução de 40 metros quadrados no tamanho médio dos lares brasileiros nos últimos 40 anos gerou uma mudança de comportamento. Neste cenário, o espaço se torna supervalorizado e gera um novo tipo de consumidor, “que busca a personalização dela em meio a este espaço”.
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