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O 5º Congresso Moveleiro - Edição Nacional reuniu, em setembro, profissionais do setor moveleiro - entre industriais, designers e estudantes - para debater o futuro deste mercado nos próximos anos. Em dois dias de programação, os participantes acompanharam oito palestras e dois painéis, que trataram temas pertinentes à área. O evento foi promovido pelo Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Fiep, com apoio dos sindicatos do segmento, entre eles o Sindimadmov de Francisco Beltrão, que aproveitou a oportunidade para divulgar o sindicato e as indústrias associadas.
“O congresso é de grande importância para o setor, pois através dele podemos conhecer as inovações da área moveleira, além de participar de uma ampla programação de palestras e painéis que trazem muitas informações”, completa Vanessa Busatto, secretária-executiva da entidade.
A palestra magna, que fechou o 5º Congresso Moveleiro, foi proferida por Luiza Helena Trajano, presidente da rede de lojas Magazine Luiza. O setor de magazines é um dos maiores compradores de móveis no Brasil. A empresária destacou a importância dos setores de varejo e industrial se unirem para criar mais oportunidades no mercado. “Precisamos parar de reclamar, nos unir e entender que o país é nosso. A gente precisa se unir para criar o mercado”, avaliou. Ela citou como exemplo a iniciativa do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), que articulou juntamente com o governo federal a criação do programa Minha Casa Melhor, para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida.
Futuro
Produtos cada vez mais exclusivos, estratégias para encantar os clientes e busca constante por diferenciais. Estas são algumas linhas que permearão o mercado de móveis nos próximos anos, de acordo com Marcelo Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI). "Tornar-se único é mais importante do que se tornar barato", destacou o especialista em sua palestra durante o congresso.
Prado lembrou que o cenário econômico brasileiro nos últimos 20 anos favoreceu o crescimento da indústria moveleira no país. No entanto, é necessário pensar sobre o futuro, apesar desta não ser uma tarefa fácil.
De acordo com ele, a produção mundial está crescendo a uma taxa média de 7% ao ano, desde 2004. O especialista ressaltou que a indústria moveleira no Brasil tem um crescimento médio de 5,4% ao ano. Para isto, houve investimento de R$ 5,1 bilhões em máquinas, instalações e treinamentos nos últimos cinco anos. "A pedra no caminho está na queda na produção neste ano, de -8,5% em relação a 2013, por causa do 'legado' da Copa do Mundo. O desempenho pode melhorar, mas não vai recuperar totalmente. Houve uma barreira na retomada. O primeiro semestre de 2013 registrou recorde de produção porque o varejo fez muitos pedidos para a indústria porque faltou mercadoria em 2012", relembrou. "Mas o varejo não teve o desempenho esperado no ano passado e ficou com estoque alto, afetando a taxa de reposição e os pedidos para a indústria em 2014", contou.
Para o especialista, a tendência é existir a reposição destes estoques e uma retomada do crescimento no setor. No entanto, o mercado também precisa enfrentar o desaquecimento da economia brasileira. Prado enfatiza que o próximo presidente da República precisará fazer reformas para a volta da aceleração da economia, "senão, estaremos condenados a crescer pouco".
Isto afeta diretamente a indústria moveleira porque, em 2013, a maior parte das vendas de móveis no varejo (57%) veio dos clientes da classe média. "A grande pedra no caminho é o baixo crescimento que pode acabar com a mobilidade social", avaliou.
Prado mostrou que as principais tendências para o setor são o aumento na concorrência, a busca cada vez maior por diferenciais e propostas constantes de novos produtos e serviços. Entre as estratégias para as indústrias, destacam-se modelos de multicanais de distribuição e fontes variadas de suprimentos, entre outros. "O caminho para os pequenos será a especialização", salientou.
Rodada de negócios
Durante as rodadas de negócios nacionais e internacionais realizadas no evento, indústrias de todo o país puderam fazer contato com potenciais compradores. Especificamente para exportações, o Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep - em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) - trouxe 11 compradores de oito países para iniciar as conversas com indústrias brasileiras. Vinte e seis potenciais vendedores integraram as rodadas de negócios durante o Congresso Moveleiro.
Avaliação
Para o presidente do Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Fiep, Aurélio Sant’anna, o saldo do 5º Congresso Moveleiro foi bastante positivo. “O congresso foi um sucesso total, com superação da edição anterior. De tudo o que fizemos neste ano, o mais encantador foi a parceria com o Colégio Sesi. Dois mil alunos trabalharam o tema moveleiro”, opinou. Os melhores projetos desenvolvidos pelos estudantes foram apresentados no congresso, por meio do I Concurso da Oficina Moveleira. A equipe do Colégio Sesi de Guarapuava foi a vencedora, com a criação de um móvel que serve como puff, mesa de centro com bandeja, porta-objetos e adega. O concurso deverá permanecer nas próximas edições do Congresso Moveleiro.