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As medidas do governo federal para alavancar o crescimento do País com a redução
dos juros e desoneração da folha de pagamento, aliadas ao câmbio um pouco mais favorável, vem contribuindo
para a recuperação do setor têxtil, que teve em 2011 o pior desempenho da década. Porém,
na avaliação de especialistas, as medidas só trarão resultados mais efetivos no médio prazo.
“O governo tem tomado decisões na direção correta, mas elas são
paliativas e não anulam a concorrência predatória dos asiáticos. O setor têxtil precisa de
um regime tributário específico e competitivo como existe em outros países concorrentes”, afirma
Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
O coordenador do Conselho Setorial da Indústria Têxtil e Vestuário
do Paraná, Marcelo Surek lembra que o setor não tem sido beneficiado de forma isonômica, o que impede
a recuperação mais rápida. “A medida de desoneração da folha de pagamento, por exemplo,
não beneficia as micro e pequenas empresas, que são maioria neste setor”, explica. E ele concorda com
a Abit, reforçando a ideia de que uma saída rápida para a crise só seria possível com o
regime tributário específico.
“Nossa atividade foi uma das mais atingidas pela perda de competitividade da indústria
brasileira em função do acirramento da concorrência externa, em especial da China, e do câmbio sobrevalorizado,
que se somaram aos demais e conhecidos itens que compõem o ônus do Custo Brasil”, afirma Diniz Filho. Segundo
ele, o setor vem reagindo, mas devagar, longe do forte potencial gerador de empregos.
E os números provam essa afirmação. No acumulado de janeiro a julho deste
ano, a produção do segmento de vestuário caiu 12,04% e do têxtil, 6,1%, em relação
ao mesmo período de 2011.
Já o varejo de produtos confeccionados cresceu 1,79%. “Esse descompasso entre produção
e varejo evidencia o quanto vem aumentando a participação das importações asiáticas no
mercado”, diz o presidente da Abit.
De janeiro a agosto, as importações têxteis e de confecção somaram
US$ 4,42 bilhões, um aumento de 9,3% em relação a igual período do ano passado. E as exportações
apontaram queda de 9,8%, baixando a US$ 855 milhões.
Empregos – Houve pequena melhora no saldo entre contratações
e demissões no mês de setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Dados
do Caged, do Ministério do Trabalho, mostram que de janeiro a setembro, foram geradas 25.854 vagas no setor. Número
superior as 21.704 vagas geradas no mesmo período de 2011, mas longe dos 73.816 alcançados em 2010.