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Segmento procura inovar para enfrentar concorrência chinesa no mercado interno e externo
Priscilla Arroyo
O setor têxtil vem perdendo espaço de forma gradativa para os produtos Chineses, que além de inundarem o mercado nacional com seus produtos a preços baixos, também estão à frente na preferência de compra de mundial, o que inibe as exportações.
Mesmo com esse cenário, os empresários se mostram otimistas, pois continuam investindo em inovação para ganhar competitividade e conquistar mercados.
A balança comercial do setor, no acumulado do ano, registrou déficit de US$ 3,5 bilhões, o que significa um recuo de 38,4% se comparado ao mesmo período de 2010. A China é o maior fornecedor do país, responsável por 46,7% das importações, de US$ 4,6 bilhões. "Estamos enfrentando os chineses, que tem um câmbio 30% desvalorizado, o que aumenta sua competitividade de forma desleal", diz Fernando Pimentel Superintendente da Abit.
As exportações somaram apenas US$ 1,1 bilhão no período.
"A China, como maior produtor mundial, também inibe nossas exportações. Como a crise provoca retração dos grandes mercados, o país asiático acaba sendo beneficiado por oferecer um preço baixo", diz Pimentel.
Em decorrência deste delicado contexto, os empregos já são afetados. O setor que emprega 1,7 milhão de pessoas, sendo responsável por 17% das vagas da indústria de transformação, poderia oferecer ainda mais postos de trabalho.
"Esse ano geramos apenas um quarto das vagas em comparação com 2010".
Para o Evaldo Alves, economista da FGV, esse cenário é fruto também da crise mundial que inibe as compras no mercado interno, principalmente de bens de consumo.
"O setor têxtil e de confecção perde mercado nesta conjuntura, pois os assalariados, que são consumidores majoritários, consomem menos por precaução ou por já verificar alguma restrição no salário".
Os empresários mesmo enfrentando esse período de turbulência demonstram otimismo.
"Acabamos de chegar da maior feira de máquinas e equipamentos do setor, a International Exhibition of Textile Machinery, na Espanha, onde os empresários brasileiros se destacaram com maciça presença, demonstrando capacidade de empreendedorismo", afirma Pimentel. Para ele, o câmbio que se mostra favorável oferece um respiro. "O câmbio atenua alguns problemas, mas estamos negociando com o governo medidas sólidas que contribuam para nossa competitividade. O Plano Brasil Maior veio em boa direção, mais a intensidade das medidas ainda não é suficiente", diz.
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Setor é um dos mais afetados pela concorrência de produtos chineses, favorecidos pelo câmbio