Sindicato das Indústrias de Artefatos de Couro do Estado do Paraná

Sindicato das Indústrias de Artefatos de Couro do Estado do Paraná

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo!






Comunicar Erro

Verifique os campos abaixo!




Política industrial deve aumentar vagas e reduzir custos

03 de agosto de 2011

Alexandre Rodrigues

Depois de sete meses de suspense, a nova política industrial do governo trouxe poucas novidades, mas deu um passo adiante em relação à Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), a estratégia do governo Lula. O governo finalmente aceitou experimentar a desoneração da folha de pagamentos, embora ainda limitada aos setores de confecções, calçados, móveis e software.

Os três primeiros estão entre os que mais patinam este ano, torpedeados pelos importados. A produção industrial no primeiro semestre, divulgada ontem pelo IBGE, mostrou que o setor moveleiro avançou apenas 0,6% na comparação com o mesmo período de 2010. Os de calçados e vestuário ficaram na lanterna, com quedas acumuladas este ano de 7,3% e 12,6%, respectivamente.

O de informática entrou na lista por ser um dos mais competitivos, mas já vinha sofrendo para exportar e disputar com importados. A atenção especial a o setor também não é nova. Considerado prioritário na PDP, o segmento acumula R$ 3,2 bilhões em projetos aprovados no Prosoft, programa de linhas especiais do BNDES.

Laércio Cosentino, presidente da gigante Totvs, acredita que a desoneração ajudará a formalizar vagas no setor, que tem muitos talentos trabalhando como pessoa jurídica para poder ganhar mais. Líder de 5 mil funcionários, ele registra que a taxação do faturamento atinge também as empresas que importam programas, aliviando um pouco o peso sobre os ombros das que produzem aqui.

"Pode ser até que o governo arrecade mais com mais gente pagando", arrisca o executivo.

Rodrigo Abilheira, diretor financeiro da Gonow Tecnologia, estima em pelo menos 25% a redução dos custos na empresa que desenvolve softwares para grandes empresas desde 2006 e emprega 100 pessoas em São Paulo. Cleber Morais, presidente da Bematech, ainda faz as contas, mas diz que a medida aumenta o incentivo para a empresa investir mais no desenvolvimento de softwares, de maior valor agregado do que os equipamentos (hardware), que ainda respondem por mais de 70% do faturamento da empresa. "Produzir software é basicamente investir em pessoas", diz.

O economista Antônio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP, vê avanços nas metas do Plano Brasil Maior, mas diz que o problema está em como concretizá-las. Ele cita a ausência da tão debatida criação do Eximbank, uma agência de financiamento à exportação que chegou a ser cogitada como subsidiária do BNDES em 2010 e que até agora não saiu do papel. O governo diz que não há data prevista para a criação da agência, que "será lançada no momento oportuno".

"O governo demonstra que se perde um pouco no anúncio de medidas que, na prática, não são implementadas", registra o economista.

Também não é novidade a atuação do BNDES como principal instrumento prático da nova política industrial. A prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) por mais um ano, até dezembro de 2012, não representou aumento de recursos para o financiamento subsidiado de bens de capital, inovação e exportação. O orçamento de R$ 75 bilhões é o mesmo já aprovado no início deste ano, turbinado com o novo empréstimo de R$ 55 bilhões do governo.

As boas novas ficaram restritas à ampliação de setores elegíveis para o crédito barato do BNDES, incluindo educação profissional, e o reforço do caixa da Finep com mais R$ 2 bilhões do PSI para financiar empresas inovadoras.

DEIXE SEU COMENT�RIO

Os seguintes erros foram encontrados:








    1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
    2. S�o um espa�o para troca de ideias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
    3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
    4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza.
    5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de ideias.
    Governo abre mão de R$ 20,7 bi para proteger a indústria nacionalRestos de calçados viram piso e adubo