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Louça e comércio ativam a economia

21 de junho de 2011

 

A capital da porcelana também produz 90% dos isoladores térmicos utilizados em linhas de energia

Por VIRGÍNIA SILVEIRA

A atividade econômica no pequeno município de Pedreira, a 35 km de São Paulo, já foi dominada pelas inúmeras fazendas de plantação de café administradas por imigrantes italianos. Na primeira das crises cíclicas da cultura, em 1914, teve início a produção de porcelana, pela qual a cidade é conhecida, além de ser um centro de compras. Atualmente, o comércio em Pedreira é bastante diversificado e suas 450 lojas oferecem um pouco de tudo: além das já conhecidas porcelanas e louças, uma infinidade de artigos domésticos e de adorno, peças artísticas e de decoração, feitos dos mais variados tipos de materiais: falança, madeira, alumínio, vidro, plástico, cerâmica, gesso, resina, ferro, entre outros. As lojas atendem o público inclusive aos fins de semana, quando a cidade recebe uma média de 5,8 mil visitantes. Nos feriados, esse número salta para 10 mil ou até 12 mil turistas e compradores de todo o Brasil.

Uma das mais bem-sucedidas fábricas de porcelanas de Pedreira, a Geni Porcelanas, tem planos de aumentar entre 20% e 30% a produção neste ano, projeto que exigirá um investimento da ordem de R$ 400 mil. Para suportar esse crescimento, a empresa também está expandindo suas instalações e construindo uma nova fábrica de 4 mil m2, onde pretende concentrar todas as suas atividades. Segundo o diretor comercial da Geni, Carlos Eduardo Alves da Cunha, além do incremento da produção, a empresa também tem planos de comprar novas máquinas e estima um investimento adicional de R,2 milhão,para o qual pretende conseguir um financiamento do BNDES.

A crise internacional, a partir da década de 1990, levou vários fabricantes da chamada capital da porcelana à falência. Segundo o prefeito, Hamilton Bernardes Júnior (PSB), tais indústrias estavam muito apoiadas nas exportações, e a abertura do mercado, associada à valorização da moeda brasileira,reduziu drasticamente a competitividade das fabricantes locais. Hoje, só existem na cidade 40 indústrias de porcelana. "Antes da crise",. relata, "essas empresas chegaram a empregar cerca de 500 funcionários cada uma. Atualmente, a média é de 30 a 40 empregados." Se somadas, as lojas que comercializam os produtos fabricados no município, o número de empregos criados por elas gira em torno de 1,5 mil a 2 mil.

Apesar de tudo, Pedreira continua sendo o maior centro de produção e comércio de artigos de porcelana do Brasil. A atividade original deu origem à fabricação de isoladores térmicos desse material, que atualmente responde por 24%do valor adicionado do município. A atividade voltou a dar projeção à cidade.. Estão instaladas em Pedreira as principais empresas do setor de isoladores de baixa e alta tensão que proporcionam um grande volume de vendas internas, bem como exportações. "Cerca de 90% dos isoladores de porcelana usados em linhas de transmissão e retransmissão de energia no Brasil são produzidos na cidade", comenta o prefeito.

A queda da produção da indústria tradicional foi compensada, em parte, pela vinda de 15 novas empresas de setores variados (plástico, embalagem de alumínio, tecidos, colchetes e roupa íntima), que passaram a ocupar os galpões das companhias falidas Outro setor que vem diversificando a economia de Pedreira é o alimentício. segundo o prefeito, três novas indústrias j anunciaram a instalação de unidades na cidade; uma do setor de gelatina (Gelco, antiga Kraft Food) e duas de produtos para merenda e achocolatados, As novas empresas, segundo Bernardes Júnior, empregarão cerca de 1.300 funcionários.

Com a economia mais consolidada e estável, o foco da administração do atual prefeito está na qualificação de mão de obra.Uma das.ações da prefeitura para melhorar o nível educacional de sua população tem sido a promoção de cursos técnicos profissionalizantes e cursos gratuitos pré-vestibular, que já atendem 120 estudantes de baixa renda do município.

A Unicamp também é parceira da prefeitura de Pedreira em urn; programa de inclusão digital, que disponibilizou a.internet gratuitamente para:toda apopulação dacidade."Paraserusuário desse sistema,:a pessoa.só precisa comprar uma antena de acesso à internet. A prefeitura investiu R$ 1 rnilhão no projeto, que já funciona há dois anos.

 

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