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Adriana Aguilar
As siderúrgicas estrangeiras retornaram ao país dispostas a participar das companhias brasileiras - de janeiro a maio foram registradas quatro operações nesse sentido na cadeia do aço, laminadoras, transformadoras e distribuidoras.
O movimento já havia sido detectado pela 14ª Pesquisa Anual Global CEO da Pricewa terhouseCoopers, que ouviu 37 empresários do setor, de 23 países.
Para 73% deles, "os mercados emergentes são cruciais para o futuro de uma empresa, mesmo que dos países desenvolvidos".
Um grupo de investidores - composto por NipponSteel, JFE Steel, Sojitz Corporation, Japão Oil, Gas & MetalsNational Corporation (JOGMEC) e National Pension Service(NPS) - comprou 15% de participação na Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), em janeiro. O objetivo do grupo ao realizar a operação é ter acesso a um aditivo de liga, necessário para produzir determinados tipos de aço.
Outro grupo, o CD Waelzholz, assumiu o controle da Brasmetal, em fevereiro passado, especializada na laminação a frio, com sede em Diadema, região metropolitana de São Paulo. Também em fevereiro, ocorreu a primeira investida do capital russo na indústria brasileira, especificamente no complexo siderúrgico de Barcarena, no Pará. A operação foi uma jointventure entre a Cosipar - maior produtora de ferro-gusa do Brasil - eaMir Steel UK, siderúrgica do País de Gales, pertencente ao russo Igor Zyuzin. O negócio envolve investimentos de US$ 5 bilhões. A associação prevê a criação da holding Russian and Monteiro (RAM). Os russos vão deter 75% do capital.
Em maio, 70% do capital do Grupo Frefer Metal Plus, com foco na distribuição de produtos de aços planos, foi adquirido pela Klöckner & Co, produtora e distribuidora independente de aço e produtos de metal, com atuação em 15 países da Europa e América do Norte.
Segundo o sócio da área de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, Luís Motta, até 2008, as grandes siderurgias vinham em um ritmo forte de expansão e internacionalização.
Naquele ano, ocorreram 22 negócios envolvendo siderúrgicas nacionais. Em 17 deles, as brasileiras eram as compradoras. Com a crise financeira global, as companhias estrangeiras reduziram o ritmo em 2009 e 2010 - nesse período, houve a consolidação de importantes "players" nacionais para o ganho em escala. "Os estrangeiros só retornaram com mais intensidade ao Brasil em 2011", explica.
Houve recorde de operações de fusões e aquisições no Brasil no primeiro trimestre de 2011, se considerados todos os setores. Foram 167 transações, aumento de 4% em relação ao mesmo período de 2010. Do total de operações no período, 34 envolveram companhias de capital estrangeiro adquirindo empresas nacionais.
O total de transações em siderurgia e mineração costuma ser inferior ao de outros setores. Em valores, porém, ficam no topo do ranking.