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Confeccionar um protótipo de maneira precisa e rápida a partir do modelo gerado por computador. Esta tecnologia já existe e é aplicada no Brasil. O problema é que as máquinas utilizadas neste processo são caras e, em geral, fabricadas no Exterior. Pensando nisto, o Núcleo de Prototipagem e Ferramental (Nufer) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) vem trabalhando na criação de uma tecnologia nacional. As vantagens? Custo de investimento mais acessível, maior competitividade para os brasileiros e um equipamento voltado especialmente para suprir as necessidades do nosso modelo industrial.
Atualmente, as indústrias que precisam de prototipagem rápida (que usa a sigla RP do inglês Rapid Prototyping) dependem de tecnológica estrangeira. "Percebe-se que isso aumenta os custos de desenvolvimento de produtos e, consequentemente, diminui a competitividade da indústria nacional", afirma o professor Neri Volpato, Ph.D na área. Ao lado do professor doutor José Foggiatto, ele coordena o Nufer, que desenvolve o projeto de RP.
O Nufer e seus projetos foram apresentados a empresários e industriais durante a Inovatec Paraná 2011 (Feira Paranaense de Negócios entre Empresas, Universidades e Instituições), realizada no Cietep, no início de maio. Uma empresa já demonstrou interesse pela pesquisa. Mas há espaço para outras empresas entrarem em contato. Até o momento não há nenhum acordo efetivado.
Pesquisa - A RP atende aos setores de metalmecânica, eletrodomésticos, produtos de plástico, área médica e outros e possibilita a produção de peças complexas, com planejamento de processo simplificado. Para desenvolver uma tecnologia nacional, os pesquisadores atuaram em duas linhas de frente. A primeira é o desenvolvimento do sistema para planejamento do processo de RP (ou seja, elaborar um programa de computador que receba os dados e gere virtualmente o protótipo desejado). "É similar a um sistema de CAM (Computer Aided Manufacturing) para usinagem CNC", exemplifica Volpato. A segunda é investigar processos que podem ser utilizados para depositar as camadas de material (hardware) e construir um protótipo físico com base nos dados obtidos pelo CAM.
Desde 2004, o Nufer vem trabalhando em um sistema para computador de planejamento de processo de RP, chamado RP3 (Rapid Prototyping Process Planning). Ele está sendo desenvolvido para servir de base para qualquer tecnologia de RP. Em 2009, foi finalizado um trabalho para a elaboração do equipamento que, literalmente, constrói o protótipo. A pesquisa verificou a viabilidade de um processo de RP utilizando a extrusão de material fotossensível, por meio de um bico extrusor, e posterior cura com uma luz ultravioleta. O trabalho culminou com uma proposta de material polimérico fotossensível, formulada com bons resultados. "No entanto, mais testes são necessários com o sistema de deposição e controle do filamento e na caracterização deste material, para se analisar a real viabilidade do mesmo", ponderou Volpato.
Outra possibilidade que está sendo analisada é a utilização deste material em um cabeçote tipo jato de tinta, que propicie a deposição e posterior cura do polímero com a luz ultravioleta. Um novo trabalho de mestrado foi iniciado ano passado para testar o princípio de deposição com um cabeçote extrusor de plástico. Esta pesquisa está em curso.