Trabalhadores e empresários marcam manifestação contra desindustrialização

Mobilização conjunta será no dia 3 de abril e integra calendário nacional de luta por políticas que garantam a sobrevivência do setor

Trabalhadores e empresários do Paraná marcaram para o dia 3 de abril uma manifestação contra a desindustrialização. O evento faz parte de mobilização nacional para sensibilizar o governo federal sobre a necessidade de políticas que revertam o sucateamento do setor industrial brasileiro.

O Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego reúne, do mesmo lado, algumas das principais entidades empresariais e centrais sindicais de trabalhadores de todo o país. "Trabalhadores e empresários querem, juntos, mostrar ao governo federal que a manutenção deste cenário desfavorável enfrentado pelo setor industrial trará graves consequências para o desenvolvimento econômico e social do país", afirma o presidente da Fiep, Edson Campagnolo.

Desprestígio - Nas últimas décadas, o setor industrial vem perdendo importância na economia brasileira. Em 1985, a indústria era responsável por 27% das riquezas produzidas no país. No ano passado, o índice já era inferior a 16%, devendo fechar 2012 abaixo de 15%. Outro dado alarmante: em 1980, o parque industrial brasileiro era equivalente aos de Tailândia, Malásia, Coréia do Sul e China somados. Em 2010, a indústria brasileira representou menos de 8% em comparação com as indústrias desses mesmos países.

Fatores como a elevada carga, infraestrutura deficiente e juros altos contribuem significativamente para a perda de competitividade da indústria brasileira. Somado a isso, a valorização cambial e políticas regionais de incentivo às importações fazem com que osetor enfrente forte concorrência de produtos estrangeiros.

Acesse o site www.gritodealerta.com.br e saiba mais sobre o movimento em sua região. As manifestações fazem parte de um calendário nacional de mobilização, que já tem ações no Rio Grande do Sul (26/03), Santa Catarina (28/03) e São Paulo (04/04). No dia 10 de maio, o movimento chega a Brasília, quando um manifesto será entregue à presidente Dilma Rousseff.