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Cimenteiras processaram 900 mil toneladas de resíduos com uso de tecnologia limpa
Construção civil sustentável é uma tendência mundial que aos poucos começa a ser incorporada no Brasil, principalmente pelas grandes corporações, que já preferem instalar seus escritórios em prédios que adotam novos padrões de edificação. A opinião é de Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com sede em São Paulo, para quem, "na área residencial, contudo, isso ainda acontece mais lentamente".
Mas, apesar de localizada, a pressão da demanda por projetos alinhados aos conceitos de sustentabilidade começa a movimentar a cadeia produtiva do setor da construção.
"Na área dos insumos da construção civil (areia, ferro, aço, alumínio, entre outros) não há muito em que mexer", como observa Marcos Moliterno, da Moliterno Engenharia e secretário executivo do Instituto de Engenharia de São Paulo.
No caso do cimento, porém, o principal insumo da indústria da construção, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) informa que as cimenteiras brasileiras processaram em seus fornos, no ano passado, cerca de 900 mil toneladas de resíduos por meio da tecnologia de coprocessamento.
Junto com iniciativas como esta da indústria de cimento, outras soluções, como a fabricação de novos produtos, são encontrados no mercado, além das lâmpadas de menor consumo de energia, há algum tempo adotadas pelo consumidor. Já são fabricadas no país, por exemplo, bacias sanitárias que chegam a reduzir em cerca de 50% o consumo de água nas residências.
Além disso, empresas oferecem os chamados telhados verdes, verdadeiros jardins suspensos instalados no topo das construções de prédios e de casas, que servem de isolantes acústicos e filtros da água da chuva nas construções.
Também há quem forneça pisos que, instalados sobre uma área de laje impermeabilizada, dispensam a aplicação de massa para regularização dos caimentos e o uso de ralos, garantindo o fluxo de água sem interrupções ou entupimentos. Recentemente, uma empresa lançou um sistema para construção e irrigação de jardins sobre laje, destinado a empreendimentos corporativos, escritórios e residenciais. Por esse sistema, é possível reservar as águas das chuvas para irrigação do jardim, semutilização de energia elétrica, bombas ou bicos irrigantes.
"Não é necessário reinventar o roda.Oque é preciso, isso sim, é deixar de olhar exclusivamente o custo inicial do projeto para olhar o tempo de vida útil e o conforto de quem vai usar o edifício", diz Marcelo Takaoka, que cita como exemplo soluções como a encontrada para a redução do consumo de energia em elevadores. "A utilização de um componente eletrônico que ajusta a frenquência da rede elétrica conforme a velocidade do elevador, além de reduzir o consumo de energia elétrica, conseguiu se pagar em sete meses de uso", conta.
Pelos cálculos do presidente do CBCS, a construção de um edifício com base nos padrões de sustentabilidade pode ficar entre 5% e 10% mais cara em relação àquele construído pelos processos tradicionais de edificação.
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"É preciso deixar de olhar o custo inicial do projeto para olhar o tempo de vida útil e o conforto de quem
vai usar o edifício"
Marcelo Takaoka Presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
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