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Batom, maquiagem e escova de cabelo entre sacos de cimento, tijolos e azulejos. A combinação, que a primeira vista não parece nada comum, vem ganhando cada vez mais espaço nos canteiros de obra em todo o Paraná. Isso porque a presença feminina no setor da construção civil está crescendo nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a participação feminina nas obras em todo o Brasil é de 7,2% do total de empregados no setor. A porcentagem ainda é pequena, mas o ritmo de crescimento da categoria vem aumentando. Em 2000, eram pouco mais de 83 mil mulheres. Em 2008, o número já tinha subido 65% e chegado quase aos 140 mil postos ocupados. E, já no ano seguinte, a participação feminina na construção chegou aos 172 mil postos de trabalho.
No Paraná, os números também mostram aumento constante. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do MTE, ao final de 2010 o setor da construção empregou no Estado 142.419 pessoas, sendo 132.038 homens e 10.381 mulheres. Em 2009, a participação feminina somava 7.525 postos de trabalho; em 2008, 6.120; em 2007, 4.908; e, há seis anos, apenas 4.557 mulheres trabalhavam nos canteiros de obras paranaenses.
Entre as características que mais estão destacando na mão de obra feminina estão o cuidado aos detalhes, a atenção e o capricho das trabalhadoras. Tanto que boa parte das empresas do segmento concentram as mulheres em cargos voltados ao acabamento, como o de azulejista. Mas não é apenas pelos dons naturais que o espaço feminino está crescendo. Elas também estão buscando qualificação. Um exemplo é uma turma formada por 25 mulheres que participa do curso de formação profissional na área da construção civil, ofertado em uma parceria do Senai, Sesi Paraná e Sinduscon-PR, parte do programa "Mulheres Inventando", desenvolvido pelo Sesi e o Senai. A turma terá formação em auxiliar de manutenção predial, abrangendo alvenaria, carpintaria, hidráulica, elétrica e pintura. Terão, também, a formação cidadã, que envolve relações interpessoais, saúde e segurança no trabalho, meio ambiente, ética e cidadania. As aulas acontecem no Espaço Sindical do Sistema Fiep, na CIC, até o dia 4 de agosto.
Gineide dos Santos, uma das participantes do curso, lembra que trabalhar no setor está no sangue da família. "Meu pai e irmãos trabalham na construção civil e gostaram muito da minha decisão de me formar na área", disse ela. Outra aluna, que até então era dona de casa, Leila Patrícia Palmas, conta que vem recebendo o apoio do marido para ingressar na nova profissão. Ele mudou o turno de seu trabalho para que a esposa pudesse fazer o curso. "Ele fez isso para me incentivar", conta.
Mais espaço - E não é apenas na indústria da construção que a mulher vem ganhando espaços. O emprego entre mulheres cresce mais do que entre homens, de acordo com o MTE. Um estudo aponta que, comparado com 2009, o nível de emprego da mão de obra feminina cresceu 7,28% em 2010, crescimento superior ao registrado para a mão de obra masculina, de 6,7%, no mesmo período.