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Balança comercial de materiais de construção e equipamentos deixou de ser positiva para atingir perdas de US,1 bilhões em quatro anos
Expectativa da Abramat é que governo ainda prorrogue redução de IPI até 2014
Desde o início do ano, as vendas domésticas de materiais de construção vêm registrando queda na comparação anual, o que já levou a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat) a reduzir a estimativa de crescimento para este ano de 9% para 7%. Segundo o presidente da entidade, Melvyn Fox, caso o ritmo de desaceleração se mantenha, uma nova revisão da meta pode ser definida nos próximos meses, para alta entre 5% e 6%.
Em contrapartida, Fox espera que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) paramateriais de construção, válida até dezembro, seja prorrogada até, pelo menos, 2014, quando devem terminar as contratações da segunda fase do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida". "Na realidade nosso pleito é para que o IPI (sobre materiais) seja zerado e a lista de produtos (beneficiados) ampliada".
No ano passado, a balança comercial do segmento registrou déficit de US$ 1,6 bilhão (R$ 2,7 bilhões), segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), encomendado pela Abramat.O comércio exterior de materiais e máquinas e equipamentos para a construção evoluiu favoravelmente até 2006, quando apurou superávit de US$ 2,5 bilhões. Em quatro anos, o setor teve uma reversão de US$ 4,1 bilhões, segundo a FGV.
O cenário de deterioração foi composto pela combinação de fatores como aumento da demanda por materiais no Brasil, forte valorização do real ante o dólar e elevação dos custos da indústria de construção civil no país. "Países que têm escala maior colocam produtos aqui a preços mais competitivos", afirma o coordenador da pesquisa na FGV, Fernando Garcia, citando como exemplo, a China, que tem a seu favor o custo energético mais barato. "É preciso buscar saídas que compensem essa deterioração natural". As indústrias cujo desempenho foram mais afetado nos últimos quatro anos foram aquelas que demandam alto consumo de energia e tecnologia avançada.
O estudo, encaminhado à presidente Dilma Rousseff e aos principais ministérios, representa um alerta quanto à perda de competitividade do setor, segundo Melvyn Fox. Ele cita como exemplo a fabricação de lâmpadas, que deixou de existir no Brasil após os produtos importados, mais baratos, dominarem o mercado.
A carga tributária do setor de construção civil responde atualmente por cerca de 20% dos custos de uma obra. "O governo não vai abrir mão dessa arrecadação, mas tem de buscar meios alternativos", diz Fox.
Segundo Garcia, reduzir custos produtivos é prioridade para impulsionar investimentos no setor e, consequentemente,
melhorar a competitividade.
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PERSPECTIVAS
9% é o crescimento máximo nas vendas de materiais de construção
e equipamentos, segundo a Abramat, que poderá ser registrado neste ano.
REVISÃO
5% é a expectativa de crescimento que poderá ser adotada caso a entidade
mantenha a perspectiva de rever para baixo suas estimativas iniciais.
BALANÇA
US$ 1,6 bi foi o déficit registrado na balança comercial do segmento no
ano passado, segundo levantamento da FGV.